Os Templários - part 3

1307 - A violenta ganância de Filipe de Valois, a subserviência abjeta de Clemente V e o Ataque insano aos Templários

Por Lázaro Curvêlo Chaves.’.M.’.M.’. - GLUSA

Filipe IV - O BeloO monarca francês e seu papa marionete fizeram chegar ao conhecimento dos Grãos-Mestres do Templo e do Hospital que planejavam uma nova Cruzada contra os muçulmanos utilizando-se das forças conjuntas das duas Ordens Bélico-religiosas ainda em ação, devendo elas fundir-se numa nova Ordem sob o comando dos Hospitalários.

Convidados a Poitiers, nas imediações de Paris, Jacques de Molay, Grão-Mestre do Templo e Foulques de Villaret, Grão-Mestre dos Hospitalários, deveriam apresentar-se a 1º de novembro de 1306, Dia de Todos os Santos.

Jacques de Molay, de posse de um plano detalhado para uma nova cruzada e um arrazoado detalhado acerca da inconveniência da fusão entre as duas Ordens religiosas e militares, chegou ao encontro com vasta antecedência.

Foulques de Villaret, atrasou-se à reunião, dela se retirando na primeira oportunidade. Jacques de Molay ficou sozinho: uma ovelha em meio a lobos, hienas e chacais...

Por volta do dia 20 de setembro de 1307 Filipe de Valois, o Belo, enviou cartas lacradas a todos os senescais do reino com ordens expressas de que somente fossem abertas na noite de quinta-feira 12 de outubro.

O falecimento de Charles de Valois (Carlos de Valois), irmão de Filipe, determinou uma viagem do Grão-Mestre Jacques de Molay que, sem nada desconfiar, ocupou lugar de destaque nas exéquias sendo mesmo um dos que carregaram o esquife (caixão) do príncipe falecido no próprio dia 12 de outubro, véspera de sua captura...

Quando as cartas foram simultaneamente abertas, a ordem expressa do rei resumia-se em: “os Templários são acusados de graves heresias e crimes devendo ser todos aprisionados e postos a ferros na madrugada de sexta-feira 13 de outubro de 1307”. Data daí a crença de que toda a sexta-feira 13 é um dia de azar.

Último Grão-Mestre da Ordem do Templo - Jacques de MolayJacques DeMolay nasceu em Vitrey, na França, no ano de 1244. Pouco se sabe de sua família ou sua primeira infância. Sabe-se que na idade de 21 anos, ele tornou-se membro da Ordem dos Cavaleiros Templários

A Ordem participou destemidamente de numerosas Cruzadas, e o seu nome era uma palavra de ordem de heroísmo, quando, em 1298, DeMolay foi eleito Grão Mestre.

Era um cargo que o classificava como e muitas vezes acima de grandes lordes e príncipes.

Os Templários foram fortemente entrincheirados na Europa e Grã-Bretanha, com suas grandes casas, suas ricas propriedades, seus tesouros de ouro; seus líderes eram respeitados por príncipes e temidos pelo povo, porém não havia nenhuma ajuda popular para eles em seus planos de guerra.

Foi a riqueza, o poder da Ordem, que despertou os desejos de inimigos poderosos e, finalmente, ocasionou sua queda.

Estarrecidos, os Templários pouco ou nada ofereceram em termos de resistência entregando-se aos soldados do Rei sem entender as acusações mas acreditando firmemente poder comprovar sua inocência.

Relata-se que, por mais que todo o procedimento tenha sido mantido em rigoroso sigilo, 3 carroças carregadas com o que provavelmente seria o tesouro dos Templários saíram do Templo em Paris em direção a local incerto e jamais se soube o paradeiro daquele tesouro.

Rosslyn Chapel - Escócia

Sabe-se que, em função de suas atividades de proteção a peregrinos em direção à Terra Santa, os Templários dispunham de uma grande frota de navios que, misteriosamente desapareceram das costas da França.

Muito se especulou: teriam ido para a Escócia, aonde a influência de Filipe de Valois e Bertrand de Got não chegava?

O que é ainda motivo de pesquisa é o paradeiro do Tesouro dos Templários e de seus navios misteriosamente desaparecidos.

Extração de confissões e execuções

Os calabouços eram locais extremamente úmidos, insalubres, desconfortáveis, criados para quebrar a vontade dos prisioneiros, acorrentados durante todo o tempo.

Temple Church - Londres

A estas aflições acrescentou-se uma série de outras práticas comuns na França embora proibidas em outros países civilizados: a tortura sistemática.

Contra os Templários aprisionados utilizavam-se a torquês (arrancava-se a panturrilha com uma torquês afiada e nela se despejava chumbo derretido), a Roda (esta era planejada para esticar tanto o corpo da vítima que muitos vieram a óbito), as surras e chibatadas e tormentos indescritíveis que somente cessavam diante da confissão do que o Rei e seu papa fantoche haviam estipulado.

Os templários deveriam confessar, entre outras coisas absurdamente estapafúrdias que:

- Praticavam sistematicamente a sodomia, o homossexualismo (heresia, prática antinatural e crime hediondo)

- Adoravam uma cabeça mumificada ou um ídolo demoníaco cognominado de Baphomet.

- Em seus rituais de Iniciação eram obrigados a renegar o Cristo e cuspir na Cruz.

O que mais causou espanto à opinião pública foi o fato de tantos homens pios, devotados a dedicar sua vida à causa de Cristo, em sua maioria originária de famílias nobres estivesse envolvida em tais práticas inverossímeis sem que em décadas ninguém emitisse qualquer palavra sobre tais heresias antes que fossem violentamente torturados.

Cavaleiro TemplárioNos anos que se seguiram, a ordem foi sendo quebrada em vários países. Na Espanha e Portugal, continuou ativa na guerra contra os muçulmanos, foi fundada por D. Dinis de Portugal, a Ordem de Cristo, que era a mesma coisa, mas com outro nome.

Posteriormente já no século XV o Infante D. Henrique se torna Grão-Mestre da Ordem de Cristo e inicia as Grandes Navegações Portuguesas. Na Alemanha, os Templários desafiaram a todos para provar sua inocência.

Na Inglaterra as torturas eram legalmente proibidas. Embora tenha ocorrido uma única execução de um Cavaleiro Templário em solo inglês pela Santa Inquisição, jamais se ouviu de qualquer deles confissão alguma dos delitos que lhes eram imputados.

Na Escócia a bula Papal nunca foi lida e nenhuma prisão foi feita. Mais tarde seriam uma das influências de uma nova Ordem que surgiria junto as sociedades dos pedreiros-livres (os mesmos que construíram as catedrais góticas com base nos aprendizados da Construção do Templo de Salomão).

Há fortíssimos indícios que, desta união entre os Templários e as Guildas de Pedreiros Medievais formaram a base do que viria a ser a Maçonaria. Naturalmente, com o passar dos anos, todos os que tinham justos motivos para ocultar-se dos rigores da Igreja juntaram-se aos Maçons (Rosacruzes, Alquimistas, Pitagóricos, Órficos, Astrólogos, Cabalistas...)

De 1307 a 1314 o Grão-Mestre Jacques de Molay além de preceptores da Ordem como Hugo de Piraud e Godofredo de Charney permaneceram encarcerados e submetidos às mais hediondas formas de tortura.

Local onde Jacques de Molay foi queimado vivo...

Jacques de Molay contava 70 anos de idade quando, a 18 de março de 1314 foi amarrado a uma estaca numa ilha remota do rio Sena em companhia de seus companheiros de cela. Protestando inocência até o último momento, as últimas palavras do último Grão-Mestre do Templo ainda ecoam através do tempo:

Senhor,

Permiti-nos refletir sobre os tormentos que a iniqüidade e a crueldade nos fazem suportar. Perdoai, ó meu Deus, as calúnias que trouxeram a destruição à Ordem da qual Vossa Providência me estabeleceu chefe. Permiti que um dia o mundo, esclarecido, conheça melhor os que se esforçam em viver para Vós. Nós esperamos, da Vossa Bondade, a recompensa dos tormentos e da morte que sofremos para gozar da Vossa Divina Presença nas moradas bem-aventuradas.

Vós, que nos vedes prontos a perecer nas chamas, vós julgareis nossa inocência.

Intimo o papa Clemente V em quarenta dias e Felipe o Belo em um ano, a comparecerem diante do legítimo e terrível trono de Deus para prestarem conta do sangue que injusta e cruelmente derramaram.

Os gases letais interromperam o anátema, DeMolay dobrou-se e perdeu os sentidos. O impacto inesperado deixou a multidão estarrecida. Não esperavam essa reação, mas cada um sentiu em si o peso da injustiça e a certeza que a maldição se cumpriria.

Quarenta dias depois, Felipe e Nogaret receberam uma mensagem "o Papa Clemente morrera". Felipe e Nogaret olharam-se e empalideceram, no pergaminho dizia que a morte ocorrera entre o dia 19 e 20 de abril.

O Papa Clemente morreu pôr ingerir esmeraldas reduzidas a pó (para curar sua febre e um ataque de angústia e sofrimento) que provavelmente cortaram seus intestinos. O remédio foi receitado por médicos desconhecidos, quando retornava a sua cidade natal. Papa de 1305 a 1314; nascido em Villandraut (Gironde), na França, em 1264.

Em 1309, o papa fixou residência em Avignon, cidade ao sul de França, alegando ser essa localização mais adequada do que Roma para administrar a igreja, pois a França era politicamente mais importante, devido as pressões de Filipe, o Belo. A sede do papado manteve-se em Avignon por 70 anos (1307- 1377), episódio que ficou conhecido como Cativeiro de Avignon. Clemente V deixou uma notável coleção de leis canônicas, as Clementinae, e fundou na Europa várias cátedras de línguas asiáticas.

Guilherme de Nogaret veio a falecer numa manhã da terceira semana de Maio, envenenado por uma vela feita por Evrard, antigo Templário, com a ajuda de Beatriz d'Hirson. O veneno contido na vela era composto de dois pós; de cores diferentes:

- Cinza: Cinzas da língua de um dos irmãos de d'Aunay , elas tinham um poder sobrenatural para atrair o demônio.

- Cristal Esbranquiçado: "Serpente de faraó" Provavelmente sulfocia de mercúrio. Gera por combustão: Ácido Sulfúrico, vapores de mercúrio e compostos anidridos podendo assim provocar intoxicações.

Morreu vomitando sangue, com câimbras, gritando o nome daqueles que morreram por suas mãos. Guilherme de Nogaret, descendente de cátaros, era o oficial chefe de Filipe IV e principal conselheiro, arquitetou as acusações contra os Templários.

Nogaret já havia cometido ações contra Bonifácio VIII: (seqüestro e espancamento) - Bonifácio VIII (Benedetto Caetani) - Papa de 1294 a 1303; nascido em Anagni, entre 1220 e 1230.

Dedicou-se ao estudo de Direito, sendo considerado, quando cardeal, eminente jurista e hábil diplomata.

Convenceu o Papa eremita Celestino V a renunciar, sendo eleito em seu lugar. Entrou em choque com Filipe, o Belo; quando promulgou a bula Clericis Laicos, proibindo o clero de pagar impostos sem autorização papal. Depois de 1300, cresceram as dificuldades entre Bonifácio VIII e Filipe, o Belo; que falsificou bulas e pôs os franceses contra o Papa.

Guilherme de Nogaret, aliado a dois cardeais da família Collona, recruta na Itália um exército, e assalta o Palácio Anagni. Lá o Papa em seus 86 anos, dentro de seus aposentos sacerdotais, intimado a renunciar o papado teria dito: ''Aqui está meu pescoço, aqui está minha cabeça: morrerei, mas morrerei papa!''. Foi esbofeteado por um dos cardeais Collona e excomungou Guilherme de Nogaret.

Permaneceu prisioneiro por dois dias, até que a população o socorreu. Regressando à Roma, enlouqueceu devido ao golpe e morreu blasfemando depois de quatro meses (11 de outubro). Diz-se que morreu envenenado, fato que se atribui a Nogaret.

Felipe o Belo veio a morrer em 27 de Novembro de 1314, com 46 anos de idade, em uma caçada. Saiu a caçar com seu camareiro, seu secretário particular e alguns familiares na floresta de Pont-Sainte-Maxence. Sempre acompanhado de seus cães foram em busca de um raro cervo de 12 galhos visto perto ao local.

O rei acabou perdendo-se do grupo e encontrou um camponês que o ajuda a localizar o cervo. Achando-o e estando pronto a atacar-lhe percebeu uma cruz que brilhava, começou a passar mal e caiu do cavalo.

Foi achado por seus companheiros e levado de volta ao palácio repetindo sempre " A cruz, a cruz.." Pediu como o Papa Clemente em seu leito de morte que fosse levado a sua cidade natal; no caso do rei, Fontainebleau. "A mão de Deus fere depressa, sobretudo quando a mão dos homens ajuda" teria dito um dos Templários remanescentes, jurando vingança.

Felipe, Rei da dinastia Capetíngea. Filho de Isabel de Aragão e Felipe III, "o ousado". Casado com Joana de Navarra. Foi excomungado por Bonifácio VIII, excomunhão que foi levantada por Clemente V. Diz-se que Irmão Reinaldo, Grande Inquisitor de França, que acompanhou o rei em seus últimos dias, não conseguiu fechar suas pálpebras, que se abriam novamente. Foi assim, em seu velório, necessária uma faixa que cobrisse seus olhos.

Segundo os documentos e relatórios de embaixadores de que se dispõe, Chega-se a conclusão de Filipe, o Belo, sucumbiu a uma apoplexia cerebral em uma zona não motora. A afasia do início pode ter sido devido a uma lesão na região da base do crânio.

Seja como for, Bertrand de Got (Clemente V) efetivamente faleceu 40 dias depois da Intimação do Grão-Mestre e Filipe de Valois (“O Belo”) em um ano também morreu, causando grande impressão a todos quantos testemunharam as palavras finais do Grão-Mestre do Templo.

Relembremos que a época era cultuadora de relíquias e que os assistentes da execução colheram restos mortais dos mártires executados usando-as como autênticas relíquias...

O Julgamento da História

De tudo o que aconteceu nos eventos daquele tempo sombrio fica clara a crueldade de Filipe de Valois, que não se detinha diante de nada para levar a cabo seus intentos maliciosos.

O uso sistemático da tortura priva o ser humano da Razão e, tal como ficou provado durante os períodos de tortura por que a humanidade tem passado (do Império Romano à Ditadura Militar Brasileira) o supliciado confessa o que quer que o torturador queira ouvir ou implante em sua mente.

Diante da legislação internacional o uso da tortura para obtenção de confissões não é admissível: o supliciado confessa qualquer coisa que o torturador queira ouvir!

Havendo sobreviventes dos Templários e de seus pensamentos e ensinamentos em vários pontos do mundo aonde não chegava a autoridade de Filipe de Valois ou de Bertrand de Got encontram-se seres humanos honrados, nobres, cavalheirescos e, como já se enfatizou mais de uma vez, um dos mais poderosos pilares de sustentação ou mesmo formação da Maçonaria como a conhecemos hoje.

O nome do último Grão-Mestre dos Templários, Jacques de Molay, é hoje lembrado com carinho e respeito por jovens de todo o mundo na Ordem que recebeu o seu nome, suprema justiça histórica!

Grãos-Mestres do Templo:

Hugh de Payens - Hugo de Payns

1118/19-1136

Robert de Craon - Roberto de Craon

1137-1149

Everard des Barres - Everardo de Barres

1149-1152

Bernard de Tremelai - Bernardo de Trémélay

1152-1153

Andre de Montbard - André de Montbard

1153-1156

Bertrand de Blanquefort

1156-1169

Philip de Milly - Filipe de Nablus

1169-1171

Odo de St Amand - Odon de Saint-Amand

1171-1179

Arnold de Toroga - Arnoldo de Torroja

1180-1184

Gérard de Ridefort

1185-1189

Roberto de Sablé

1191-1193

Gilbert Erail

1194-1200

Philip de Plessiez - Filipe de Plessiez

1201-1209

William de Chartres ou Guilherme de Chartres

1210-1219

Pedro de Montaigu

1219-1232

Armand de Périgord

1232-1244

Richard de Bures - Ricardo de Bures

1244-1247

William de Sonnac ou Guilherme de Sonnac

1247-1250

Reynald de Vichiers - Ronaldo de Vichiers

1250-1256

Tomás Bérard - Thomas Berard

1256-1273

William de Beaujeu ou Guilherme de Beaujeu

1273-1291

Tibald de Gaudin - Teobaldo Galdin

1291-1293

Jacques de Molay

1293-1314



Portugal e Espanha são os dois países onde hoje há o maior número de Comendadorias e Ordens originadas da Ordem do Templo original.

Mas há também Comendadorias no Brasil, muito sérias.

BIBLIOGRAFIA:
Os Templários – Piers Paul Red
– Ed. Imago
Templários, os Cavaleiros de Deus – Edward Burman – Ed. Nova Era
O Templo e a Loja – Michael Baigent e Richard Leigh – Ed. Madras
Nascidos do Sangue – John J. Robinson – Ed. Madras
A História Secreta da Maçonaria – Charles W. Leadbeater – Ed. Madras


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