Ritual para os 4 elementos:

Sempre que quiser harmonizaar o seu lar,
Ou um desejo realizar,
Faça um pequeno altar
Em homenagem aos elementais:
Para os Gnomos, coloque uma pedra,
Para as Sereias, água com essência,
Para os Silfos, acenda um incenso,
Para as Salamandras, uma vela.
Depois faça a seguinte oração:
“Em nome do Amor e da Magia,
Que eu alcance sem demora
O que mais desejo agora,
Em nome da Água que tudo permeia,
À Terra que a tudo dá forma,
Ao Ar que tudo clareia,
Ao Fogo que a tudo transforma.”
Retirado do site www.geocities.com
 

Para vencer o medo e a timidez:

Apanhe 2 velas: uma cinza, outra vermelha. A vela cinza representa seu medo, sua timidez, então escreva nela, com suas palavras, o que lhe aflinge. Segure-a bem apertado, transmitindo-lhe essa sensação ruim.
A vela vermelha representa a força que lhe falta ou que está escondida dentro de você. Esta é a Cor de Marte, da coragem, da combatividade e da agressividade que está faltando. Nela, grave a frase que mostra o que você deseja.
De manhã ou a noitinha, ou quando sentir que precisa, acenda as duas velas, começando pela cinza. Veja o fogo consumindo seus temores, sua timidez.
Depois observe a vela vermelha e sinta sua energia positiva superando o cinza que vai embora. Quanto mais tempo as velas estiverem acesas, mais rapidamente o ritual agirá.
Faça o ritual sempre que quiser, e se, após as velas terem se consumido e você não se sentir bem, repita o ritual, com o pensamento positivo mais forte. Logo você perceberá as mudanças em sua vida! E quando acontecer, agradeça às Forças Mágicas e acenda um incenso em sua homenagem assim que as velas se apagarem.
 

Para atrair o amor:

Apanhe uma vela que corresponda ao seu signo do zodíaco (veja a tabela) – ela será sua representante, uma vela vermelha (da paixão), uma vela verde (do amor) e uma branca – representando sua “vítima”.
Faça o ritual numa Sexta-feira, dia de Vênus. Unte as 4 velas com essência de rosas e azeite. Apanhe a sua vela e diga enquanto estiver untando: “Que esta vela e sua chama seja eu mesmo (a) , (nome).”
Depois, pegue a vela branca e enquanto unta-a, diga: “Que esta vela branca seja aquela do meu amor, que eu quero... (e faça uma relação de características que não podem faltar à pessoa que você procura.)”
Depois, apanhe a vela verde e diga ao untá-la: “Esta vela é o amor que nos unirá eternamente e que nos fará felizes.”
Por fim, unte a vela vermelha e dizendo: “Esta vela é a paixão que nos unirá eternamente e que nos fará felizes.”
Amarre a sua vela e de seu amor com uma fita vermelha e outra verde, pela base. Apóie as duas velas unidas num prato branco, e as outras duas, em dois pratos, com as respectivas cores e acenda-as.
Concentre-se nas 4 chamas e deixe-as queimar até o fim. Logo logo sua alma gêmea aparecerá e, neste momento, acenda uma vela branca agradecendo aos Deuses do Amor.
IMPORTANTE: Não pense numa pessoa específica. Pense nas qualidades e personalidade que você deseja em alguém. Lembre-se: o amor nunca deve ser imposto, faça com que ele cresça e permaneça junto a você!
 

Para tornar eterno um amor (e evitar as traições):

Compre uma plantinha de hera e, na terra, sob suas raízes, enfie um bilhetinho onde você escreveu seu nome e o de seu amor. Embaixo, escreva também: “Eu, (seu nome), quero que (nome do(a) amado(a)) me ame eternamente e com obstinação, como eterna e obstinada é esta hera.”
Desse momento em diante, a planta da hera crescerá garantindo um amor eterno e fidelidade ao seu relacionamento.
 

Ritual da prosperidade:

Se estiver precisando de ajuda financeira, ofereça esse ritual a Júpiter, o planeta da fartura e da prosperidade. Não se esqueça de fazê-lo durante as Luas Crescente ou Cheia.
Pegue 2 ou 3 frutas da época, um copo com um pouquinho de cravo, canela e noz-moscada e flores. Consagre tudo em nome dos 4 elementos da natureza.
Faça seu pedido juntamente com uma prece. Depois de 24h, embrulhe tudo em um pano branco e ponha aos pés de uma árvore plantada onde não passem muitas pessoas.
 

Ritual do Elemento Terra:

Esse elemento está ligado às conquistas materiais, à saúde e ao trabalho. Sua influência é ideal para quem busca segurança e determinação para começar um projeto ou emprego novo.

- Para alcançar a sua graça, jamais faça seu pedido na Lua Minguante.
Em uma folha de papel de seda, escreva nove vezes o que você deseja e dobre-a sete vezes. Coloque-a num vasinho com terra e plante uma muda qualquer em cima. Regue-a sempre e fique atento ao desenvolvimento da plantinha, que representa a reação da Terra ao seu pedido.

- Para livrar-se do indesejável, realize esse ritual na Lua Minguante.

Escreva a lápis na casca de um ovo tudo o que você deseja eliminar de sua vida. Enterre-a em um jardim qualquer e logo notará os resultados.
 

Ritual do Elemento Água:

A água estimula a intuição e ajuda a expressar os sentimentos com mais facilidade. Atua também em questões práticas e vencer a timidez. Faça o ritual na Lua Nova ou Crescente.
Coloque 3 cristais (quartzo rosa, verde e branco) em uma jarra com 1 litro de água mineral. Com as mãos abertas sobre a jarra, prepare a água mentalizando sua meta. Deixe-a repousar por 3 dias. No 4º dia, retire os cristais e distribua a água em 4 copos. Beba o primeiro em jejum, o segundo antes do almoço, o terceiro antes do jantar e o último antes de dormir.
 

Ritual do Elemento Fogo:

O Fogo proporciona entusiasmo e otimismo. Aumenta a criatividade e o bom humor. Atenção: não realize o ritual na Lua Minguante!
Com um pouco de algodão, passe óleo em uma vela vermelha. Pode ser óleo de bebê, óleo aromático, de amêndoas etc... Acenda a vela e concentre-se na chama energizante e purificadora, pensando em seu pedido. Deixe a vela queimar até o fim e aguarde os resultados.
 

Ritual do Elemento Ar:

O Ar desenvolve a inteligência, o lado racional, a memória e a capacidade verbal e corporal. Superindicado para vésperas de exames e seminários, pode ser feito em qualquer Lua.
O simples fato de acender um incenso aprimora as qualidades do Ar dentro de você. Então, queime um incenso (de prefer6encia do seu signo e/ou Anjo da Guarda) e energize seu ambiente de trabalho ou estudo. Mentalize o que deseja, estude e boa sorte!
 

Ritual das Janelas Abertas:

No primeiro dia do Ano devemos deixar 3 janelas abertas durante todo o dia, em cada uma devemos colocar uma flor para atrair um tipo de energia que permanecerá conosco todo o Ano. Na primeira, devemos colocar uma flor cor-de-rosa para trazer amor; na segunda, uma flor amarela para trazer prosperidade e na terceira uma flor branca para paz e harmonia.
 

Ritual do Equilíbrio:


(para ser feito sempre que precisar harmonizar-se)

Escolha um local tranquilo e sente-se. Do seu lado direito, acenda uma vela branca e do seu lado esquerdo acenda uma vela preta. Cruze as pernas e coloque suas mãos espalmadaas sobre seu peito (como se estivesse rezando). Fique assim por alguns minutos, sinta a energia que emana das velas formando um círculo de luz em volta do seu corpo. Imagine coisas opostas fundindo-se numa só: um Homem e uma Mulher, o Sol e a Lua, o Preto e o Branco.... Use sua imaginação. Depois de alguns minutos você estará se sentindo renovado, as forças mágicas e equilibradoras permanecerão ao seu lado por muito tempo. Essa é uma experiência fascinante!
 

CRISTIANISMO

CRISTIANISMO

O Cristianismo é a filosofia de vida que mais fortemente caracteriza a sociedade ocidental. Há 2 mil anos permeia a história, a literatura, a filosofia, a arte e a arquitetura da Europa. Assim, conhecer o cristianismo é pré-requisito para compreender a sociedade e a cultura em que vivemos.

O cristianismo é uma das chamadas grandes religiões. Tem aproximadamente 1,9 bilhão de seguidores em todo o mundo, incluindo católicos, ortodoxos e protestantes. Cristianismo vem da palavra Cristo, que significa messias, pessoa consagrada, ungida. Do hebraico mashiah (o salvador) foi traduzida para o grego como khristos e para o latim como christus.

A doutrina do cristianismo baseia-se na crença de que todo o ser humano é eterno, a exemplo de Cristo, que ressuscitou após sua morte. A fé cristã ensina que a vida presente é uma caminhada e que a morte é uma passagem para uma vida eterna e feliz para todos os que seguirem os ensinamentos de Cristo, baseados na fraternidade e no amor ao próximo.

Os ensinamentos estão contidos na Bíblia, dividida entre o Antigo e o Novo Testamento.

O Antigo Testamento trata da lei judaica, ou Torah. Começa com relatos da criação e é todo permeado pela promessa de que Deus, revelado a Abraão, a Moisés e aos profetas enviaria à Terra seu próprio filho como Messias, o salvador.

O Novo Testamento contém os ensinamentos de Cristo, escritos por seus seguidores. Os principais são os quatro evangelhos ("mensagem", "boa nova"), que são quatro versões mais ou menos semelhantes da vida de Cristo, escritas pelos apóstolos Mateus, Marcos, Lucas e João. Também inclui os Atos dos Apóstolos (cartas e ensinamentos que foram passados de boca em boca no início da era cristã, com destaque para os textos de São Paulo) e o Apocalipse (texto até hoje polêmico e que narra, basicamente, como seria ao fim do mundo).

O nascimento do cristianismo se confunde com a história do império romano e com a história do povo judeu. Na sua origem, o cristianismo foi apontado como uma seita surgida do judaísmo.

Quando Jesus Cristo nasceu, na pequena cidade de Belém, próxima a Jerusalém, os romanos dominavam a Palestina. Os judeus viviam sob a administração de governadores romanos e, por isso, aspiravam pela chegado do Messias, apontado na Torá como o enviado que os libertaria da dominação romana.

Segundo a Bíblia, até os 30 anos Jesus viveu anônimo em Nazaré, cidade situada no norte do atual Israel. Aos 33 anos seria crucificado em Jerusalém e ressuscitaria três dias depois. Em pouco tempo reuniu seguidores (os 12 apóstolos) e percorreu a região pregando sua doutrina e fazendo milagres, como ressuscitar pessoas mortas e curar cegos, o que lhe garantiu rápida popularidade.

Mas, para as autoridades religiosas judaicas ele era um blasfemo, por não seguir à risca os ensinamentos da Torah. Também não dava mostras de que seria o líder que libertaria a região da dominação romana. Ele apenas pregava paz, amor ao próximo. Para os romanos, era um agitador popular, que não reconhecia a divindade do imperador de Roma.

Após ser preso e morto, a tendência era de que seus seguidores se dispersassem e seus ensinamentos fossem esquecidos. Ocorreu o contrário. É justamente nesse fato que se assenta a fé cristã. Como haviam antecipado os profetas no Antigo Testamento, Cristo ressuscitou, apareceu a seus apóstolos que estavam escondidos e ordenou que se espalhassem pelo mundo pregando sua mensagem de amor e paz. Apóstolo quer dizer enviado.

O cristianismo firmou-se como uma religião de origem divina. Seu fundador era o próprio filho de Deus, enviado como salvador e construtor da história junto com o homem. Ser cristão, portanto, seria engajar-se na obra redentora de Cristo, tendo como base a fé em seus ensinamentos.

Rapidamente, a doutrina cristã se espalhou pela região do Mediterrâneo e chegou ao coração do império romano. São Pedro, um dos 12 apóstolos, se tornou o primeiro bispo de Roma e o primeiro papa. A ele, Jesus teria dito: "Tu és Pedro e sobre esta pedra fundarei a minha Igreja". Igreja significa reunião.

A difusão do cristianismo pela Grécia e Ásia Menor foi obra especialmente do apóstolo Paulo, que não era um dos 12 e teria sido chamado para a missão pelo próprio Jesus. As comunidades cristãs se multiplicaram. Surgiram rivalidades. Em Roma, muitos cristãos foram transformados em mártires, comidos por leões em espetáculos no Coliseu, como alvos da ira de imperadores atacados por corrupção e devassidão.

Em 313, o imperador Constantino se converteu ao cristianismo e concedeu liberdade de culto, o que facilitou a expansão da doutrina por todo o império. Antes de Constantino, as reuniões ocorriam em subterrâneos, as famosas catacumbas que até hoje podem ser visitadas em Roma.

O cristianismo, mesmo firmando-se como de origem divina, é, como qualquer religião, praticado por seres humanos com liberdade de pensamento e diferentes formas de pensar.

Assim, à medida que foi ganhando terreno, também enfrentou rachas -sua grande ferida viva do passado e do presente.

Desvios de percurso e situações históricas determinaram os rachas que dividiram o cristianismo em várias confissões (as principais são as dos católicos, protestantes e ortodoxos).

O primeiro grande racha veio em 1054, quando o patriarca de Constantinopla, Miguel Keroularios, rompeu com o papa, separando do cristianismo controlado por Roma as igrejas orientais, ditas ortodoxas. Bizâncio e depois Constantinopla (a Istambul de hoje, na Turquia), seria até 1453 a capital do império romano do Oriente, ou Império Bizantino.

O império romano do Ocidente já havia caído muito tempo antes, em 476, marcando o início da Idade Média. E foi justamente na chamada Idade Média, ainda hoje um dos períodos mais obscuros da história, que o cristianismo enfrentou seus maiores desafios, produzindo acertos e erros.

Essa caminhada culminou com o segundo grande racha, a partir de 1517. O teólogo alemão Martinho Lutero, membro da ordem religiosa dos Agostinianos, revoltou-se contra a prática da venda de indulgências e passou a defender a tese de que o homem somente se salva pela fé.

Lutero é excomungado e funda a Igreja Luterana. Não reconhece a autoridade papal, nega o culto aos santos e acaba com a confissão obrigatória e o celibato dos padres e religiosos. Mas mantém os sacramentos do batismo e da eucaristia.

Mais tarde, a chamada Reforma Protestante deu origem a outras inúmeras igrejas cristãs, cada uma com diferentes interpretações de passagens bíblicas ou de ensinamentos de Cristo.


O MUNDO CRISTÃO
Em parte, por causa do lugar importante que as missões tiveram no cristianismo, este se tornou a mais difundida de todas as religiões. Hoje há três ramos principais na Igreja, cada um concentrado numa área geográfica diferente. Primeiro, a Igreja Católica Romana, que é majoritária no Sul da Europa e na América Latina, e tem grandes minorias nos Estados Unidos e na África; em seguida vem a Igreja Ortodoxa, centrada na Grécia e Europa Oriental, e por fim as Igrejas Protestantes, localizadas sobretudo no Norte da Europa, nos Estados Unidos e na Austrália.

A Igreja Católica Romana
A Igreja Católica Romana é a maior de todas as Igrejas. Existem cerca de 1 bilhão de cristãos no mundo. Aproximadamente, metade deles pertence ao catolicismo. O Catolicismo, do grego katholikos, com o significado de "geral" ou "universal", é um nome religioso aplicado a dois ramos do cristianismo. Em uso casual, quando as pessoas falam de "católicos" ou de "catolicismo", geralmente pretendem indicar os aderentes à Igreja Católica Romana. No entanto, no seu sentido geral (sem o C maiúsculo), o nome é usado por muitos cristãos que acreditam que são os descendentes espirituais dos Apóstolos em vez de parte de uma sucessão apostólica física, como defendem os católicos romanos. O Credo dos Apóstolos, que diz "Eu acredito... na santa igreja católica..." é recitado todas as semanas em milhares de igrejas Católicas.

No seu sentido mais estreito, o termo é usado para referir a Igreja Católica Apostólica Romana, sob o Papado. Estas 24 igrejas "sui iuris" estão em comunhão total , o que as transforma na maior denominação cristã do mundo. As suas características distintivas são a aceitação da autoridade do Papa, o Bispo de Roma, e a comunhão com ele, e aceitarem a sua autoridade em matéria de "fé" e "moral" e a sua afirmação de "total, supremo e universal poder sobre toda a Igreja". Esta denominação é freqüentemente chamada Igreja Católica Romana, muito embora o seu nome formal seja apenas "Igreja Católica".

A Igreja Ortodoxa
Abrangências: A Igreja Ortodoxa costuma ser conhecida também, como Igreja Ortodoxa Oriental, já que tinha sua sede no Oriente Médio, por oposição à Igreja Ocidental, cujo centro era em Roma. A Igreja Ortodoxa se difundiu a partir de Jerusalém e Istambul (antiga Constantinopla) pela Bulgária, Romênia, Grécia e Rússia, onde hoje tem seu baluarte. Além disso, há em torno de 5 milhões de ortodoxos nos Estados Unidos, resultado da imigração da Europa Oriental. Em razão das condições políticas, não se sabe com exatidão o número de pessoas que pertencem atualmente à fé ortodoxa, mas se estima que os fiéis totalizem cerca de 150 milhões.

A Igreja Protestante
As principais denominações protestantes que surgiram da reforma, foram a Igreja Luterana e a Igreja Reformada. Mas já no século XVI existia uma ala mais radical, que desejava formar suas próprias igrejas puras, a característica mais importante dessa ala, é que não reconhecia o batismo de crianças, mas só de adultos, isto é, dos que crêem conscientemente. O movimento começou na Suíça, na Alemanha e na Holanda (anabatistas) e liderados por John Smith, fundaram em 1609 a primeira das Uniões Batistas mais modernas.

Além destas, existem outras Igrejas Evangélicas, nascidas do movimento de leigos e missionários da Igreja Luterana, saõ elas as Igrejas: Metodistas; Batistas; Pentecostais; Adventistas; Quakers; Exercito da Salvação; Mórmons; Testemunhas de Jeová, etc.

Atualmente, está em curso um movimento de reunificação cristã. Teve início há cerca de 40 anos, a partir do famoso Concílio Vaticano II (1962-1965) promovido pela Igreja Católica. Cresce a percepção de que o cristianismo precisa restabelecer sua unidade.

O chamado ecumenismo envolve o diálogo do cristianismo também com as outras grandes religiões, como o islamismo, o judaísmo, o hinduísmo e o budismo. O caminho será longo, mas a hora é a de acabar com fanatismos, que nada têm de religioso e são origem de tantos males.
 

ESPIRITISMO

ESPIRITISMO

ORIGENS
O Espiritismo, surgiu na França em 1857 com o lançamento de "O Livro dos Espíritos" de autoria de: Allan Kardec, pseudônimo adotado por Hyppolyte Leon Denizard Rivail. Nesta obra Kardec expõe, através de respostas dadas por espíritos superiores, a síntese de uma nova filosofia espiritualista e estabelece os fundamentos do Espiritismo. Desde então, a doutrina espírita ganhou o mundo e está presente em diversos países. Somente no Brasil, estima-se que o Espiritismo conta com aproximadamente 10 milhões de adeptos e tem em Francisco Cândido Xavier e Divaldo Pereira Franco seus maiores divulgadores. Chico Xavier, como ficou conhecido popularmente, escreveu (psicografou) 418 livros, sem ter concluído sequer o curso primário.

SISTEMA DE CRENÇAS
A doutrina espírita tem por pedra fundamental a crença na reencarnação. Pela teoria, todos os seres humanos são espíritos reencarnados na Terra para evoluir. Para os espíritas, existem dois modelos de existência, o físico e o espiritual. A morte seria apenas a passagem da alma do plano físico para o espiritual.

Os espíritas, como são chamados seus adeptos, crêem na possibilidade de haver comunicação entre o mundo físico e o mundo espiritual e a essa capacidade de se comunicar com o "outro lado", dão o nome de mediunidade.

A mediunidade seria um dom que todos os seres humanos têm, em diferentes graus. Há os que só os vêem, há os que só os ouvem; há os que apenas sentem vibrações ou sonham. Para o espiritismo, todos são médiuns, denominação dada àqueles que desenvolvem a capacidade de ver, ouvir e incorporar espíritos. No passado, a mediunidade era muito utilizada para a obtenção de efeitos físicos como a materialização de espíritos ou objetos.

Os espíritas também crêem na existência de "espíritos-guias" ou "anjos da guarda", além de espíritos amigos que nos acompanham em nossa encarnação na Terra para nos auxiliar a vencer nossos defeitos. Por outro lado, aqueles a quem prejudicamos em outras vidas se tornam obsessores, espíritos que nos perseguem e, com vibrações inferiores, procuram nos atormentar.

Para o espiritismo Deus é a "causa primária", inteligência suprema que criou o universo e as leis que o regem. Uma delas, além da reencarnação, seria a lei de causa e efeito, semelhante ao "carma" no hinduísmo.

Tal lei funcionaria ao lado da reencarnação. O objetivo do espírito, criado "simples e ignorante" por Deus, é chegar à perfeição. A falta de experiência o levará a erros durante esse caminho, e a lei de ação e reação o obrigará a reparar suas faltas para voltar ao bem. A reencarnação, portanto, seria a forma do espírito corrigir os erros que cometeu em outras vidas e dar mais um passo rumo à perfeição.

O espiritismo também prega a pluralidade de mundos, baseado na frase de Cristo: "A casa de meu Pai tem muitas moradas". Todos os planetas do universo seriam habitados - pensar o contrário, segundo o espiritismo, seria questionar a inteligência de Deus, que teria criado outros planetas apenas para embelezar o céu terrestre.

A doutrina nega a existência do céu e do inferno como concebidos pelo catolicismo. Segundo o espiritismo, existem vários planos vibratórios, dos mais inferiores aos mais elevados. Durante sua evolução, o espírito transita entre esses diversos planos.

Pensar na figura do diabo também seria questionar o poder e a inteligência de Deus, já que o criador de tudo o que existe no universo não criaria um outro ser capaz de disputar com ele ou fazer mal às suas criaturas. O Kardecismo, como também é chamada a doutrina, questiona a existência do mal, assim como a escuridão é a ausência da luz, o mal seria a ausência do bem.

Jesus Cristo também é diferente para o espiritismo. Os cristãos consideram Jesus como a "encarnação" de Deus na Terra. Os espíritas acreditam que Deus é o Criador, e Jesus é criatura. O Cristo seria um espírito muito evoluído, responsável diante de Deus, pelo planeta Terra e pelos espíritos que nela habitam.

ALLAN KARDEC

Hyppolyte Leon Denizard Rivail, que adotou para suas obras espíritas o pseudônimo de Allan Kardec, nasceu em 3 de outubro de 1804, em Lion, França. Era filho de um juiz, Jean Baptiste Antoine Rivail, e sua mãe chamava-se Jeanne Louise Duhamel.

Allan Kardec estudou pedagogia com o célebre professor Pestalozzi, de quem cedo se tornou discípulo e colaborador. Falava alemão, inglês, italiano e espanhol. Membro de várias sociedades acadêmicas, foi autor de numerosas obras didáticas na área.

Em 1854, o então professor Rivail, ouviu falar pela primeira vez sobre os fenômenos das mesas girantes, moda da época nos salões europeus (algo parecido com a popular "brincadeira do copo"). No ano seguinte, interessou-se mais pelo assunto e passou a estudar os fenômenos.

Após algumas sessões, começou a questionar os ditos "espíritos" para descobrir uma resposta lógica que pudesse explicar o fato de objetos inertes emitirem mensagens inteligentes. As "forças invisíveis" que se manifestavam pelas mesas diziam ser almas de homens que tinham vivido na Terra.

A partir daí, Rivail começou a fazer perguntas para todos os "homens que viviam no além" com quem conversou. Dessas entrevistas nasceu "O Livro dos Espíritos", primeira obra espírita publicada em 1857.

A partir de então, Kardec publicou outros livros sobre o tema, dentre eles: O Evangelho Segundo o Espiritismo, O Céu e o Inferno, Gênese: os Milagres e as Predições Segundo o Espiritismo, O Livro dos Médiuns, O Que é o Espiritismo. E em 1858, fundou a Revista Espírita - Jornal de Estudos Psicológicos.

CHICO XAVIER
Francisco Cândido Xavier ou simplesmente Chico Xavier, como ficou conhecido, nasceu no dia 02 de abril de 1910, em Pedro Leopoldo (MG), filho de um casal simples, seu pai um operário e sua mãe uma lavadeira. Ficou órfão de mãe com 5 anos, viveu algum tempo com sua madrinha que o maltratava e nestes momentos se dirigia ao quintal da casa afim de reencontrar sua mãe, ele sempre a via e a escutava após fazer suas orações. Posteriormente, seu pai casou-se novamente e Chico passou a ser criado por sua madastra uma mulher boa e caridosa que o incentivou a voltar para a escola em 1919. Chico seguia a religião católica participando dos ritos. Em 1923 concluiu o ensino primário, e começou a trabalhar numa fábrica. Em 1925 deixou a fábrica, empregando-se na venda do Sr. José Felizardo Sobrinho. Em 1927 sua irmã ficou doente, e um casal de espíritas, reunidos com familiares da doente, realizaram a primeira sessão espírita que teve lugar na casa da família de Chico. Na mesa, dois livros: "O Evangelho Segundo o Espiritismo" e o "O Livro dos Espíritos", de Allan Kardec. No final deste mesmo ano, foi fundado o Centro Espírita Luiz Gonzaga, sediado na residência de José Cândido Xavier, que se fez presidente da instituição. As reuniões se realizavam às segundas e sextas-feiras. Em 1931, Chico publicou seu primeiro trabalho psicografado: "Parnaso de Além - Túmulo", um livro de poesias, lançado em julho de 1932. Além desse trabalho, Chico psicografou inúmeros romances e livros, versando sobre assuntos filosóficos, científicos e, sobretudo, realçando o espírito da letra dos Evangelhos, escrevendo e traduzindo, de forma clara e precisa, as Lições consoladoras e imortais do Livro da Vida. Em 5 de janeiro de 1959 mudou-se para Uberaba, sob a orientação dos Benfeitores Espirituais, iniciando nessa mesma data, as atividades mediúnicas, em reunião pública da Comunhão Espírita Cristã. Devido a esse trabalho Chico se tornou conhecido no Brasil e no mundo inteiro até que faleceu em 30 de junho de 2002, em Uberada (MG).


Os Espíritos hão dito sempre: "A forma nada vale, o pensamento é tudo".
 

HINDUISMO

HINDUISMO

O Hinduismo não é propriamente uma religião, mas sim a denominação de um conjunto de princípios, doutrinas e práticas religiosas politeistas que surgiram na India, a partir de 2000 a.C. O termo ocidental é conhecido pelos seguidores como "Sanatana Dharma", que em sânscrito significa: "a ordem permanente". O Hinduismo está fundamentado nos quatro livros dos Vedas (conhecimento), um conjunto de textos sagrados compostos de hinos e ritos, no Século X, denominados de Rigveda, Samaveda, Yajurveda e Artharvaveda. Estes quatro volumes são divididos em duas partes: uma (exotérica) que trata dos trabalhos rituais e outra (esotérica) que versa sobre o conhecimento ou especulações filosóficas, também chamada de Vedanta. A tradição védica surgiu com os primeiros árias, povo de origem indo-européia (os mesmos que desenvolveram a cultura grega) que se estabeleceram nos vales dos rios Indo e Ganges, por volta de 1500 a.C.

As características principais do hinduísmo são: o politeísmo, o ioga, a meditação e a reencarnação. Estima-se que atualmente existam mais de 660 milhões de adeptos em todo o mundo, com um panteão de 33 milhões de deuses e 200 milhões de vacas sagradas. Todo gado existente na India, alimentaria sua população por cinco anos, entretanto, a fome é devastadora no país por causa da idolatria.

ORIGEM

Os historiadores citam a Índia como o berço do Bramanismo, uma das mais antigas religiões que deu origem ao hinduismo e que de certa forma se confunde com esta. A doutrina bramânica, nos seus primórdios, compunha-se de postulados esparsos, sem qualquer ordenação e era transmitida oralmente através de cânticos. Cerca de 14 séculos a.C., um sábio brâmane recebeu o nome de Vyasa (compilador) por seu trabalho, e ordenou adequadamente a religião brâmane. A sua fixação, entretanto, só ocorreu por ocasião do surgimento da escrita na Índia, entre os séculos IX e VIII a.C.

Os ensinamentos védicos, escritos em sânscrito, passaram a constituir os Vedas ou Livros do Conhecimento Sagrado, a obra religiosa mais antiga de que se tem notícia. Rigveda, o mais conhecido dentre eles, consta de hinos de aparência simplesmente devocional, mas que encobrem o segredo da Criação. Apenas os sacerdotes e iniciados distinguiam a verdade escondida sob o véu das alegorias. Sua doutrina original pode ser resumida em cinco princípios básicos, dos quais decorrem as demais diretrizes:

1 - Um Deus Único com Tríplice Manifestação (Trindade Divina: Brahma, Vishnu e Shiva). "O Ser Supremo se imola a Si próprio e Se divide para produzir a Vida Universal".

2 - A Natureza Eterna do Mundo "Ele sempre foi e sempre será. O mundo e os seres saídos de Deus voltam a Ele por uma evolução constante".

3 - A Reencarnação "Há uma parte imortal do homem que é aquela, ó Agni, que cumpre aquecer com teus raios, inflamar com teus fogos. De onde nasceu a Alma? Umas vêm para nós e daqui partem, outras partem e tornam a voltar".

4 - O Karma "Se vos entregardes aos vossos desejos, só fareis condenar-vos a contrair, ao morrerdes, novas ligações com outros corpos e outros mundos".

5 - O Nirvana "Estado de não desejo". O mais puro e íntegro da alma, livrando-a em definitivo da roda das encarnações. Considerado o coroamento da Perfeição. As Escolas Iniciáticas demonstravam cabalmente, na teoria e na prática, a relevância de alcançar o Nirvana, para se chegar a Deus. Para atingir essa condição, o Ego precisa se libertar de todos os desejos, mesmo os originados de sentimentos bons e altruístas. O Nirvana é um estado de consciência tão íntegro que toda doação é prestada naturalmente e não em decorrência de inclinação sentimental.

SISTEMA DE CRENÇAS

Segundo o hinduísmo, o caminho para o nirvana, passa pelo ascetismo (doutrina que desvaloriza os aspectos corpóreos e sensíveis do homem), pelas práticas religiosas, pelas orações e pela prática do ioga. Assim, o adepto alcança a "salvação", escapando dos ciclos da reencarnação.

Para o Hinduismo, os Vedas contêm as verdades eternas reveladas pelos deuses e a ordem (dharma) que rege os seres e as coisas, organizando-os em castas como conseqüência do Karma, pela qual o indivíduo por comportamento de vidas anteriores, renasce em determinada posição social, sofrendo os efeitos decorrentes dessa circunstância.

Cada casta possui seus próprios direitos e deveres espirituais e sociais e a posição de cada homem em determinada casta é definida pelo seu Karma. De acordo com essa crença, o objetivo é superar o ciclo de reencarnações (samsara), atingindo assim, o nirvana, a sabedoria resultante do conhecimento de si mesmo e de todo o Universo. A maior esperança de um hinduísta é chegar no estágio de se transformar no inexistente. Vir a ser parte deste deus impessoal, do universo.

O cerimonialismo enriqueceu-se notavelmente sob a direção dos brâmanes. Os cultos adquiriram poder mágico. As idéias de samsara ( transmigração das almas ou reencarnações sucessivas ) e karma (lei segundo a qual todo ato, bom ou mau, produz conseqüências na vida atual ou nas encarnações posteriores) surgiram nessa época, assim como as especulações filosóficas sobre a origem e o destino do homem. O sistema de castas converteu-se na principal instituição da sociedade indiana.

De acordo com os Vedas, Brahma teve quatro filhos que formaram as quatro castas originais: Brâmanes (saídos dos lábios de Brahma), são os sacerdotes considerados puros e privilegiados; os Xátrias (originários dos braços de Brahma), são os guerreiros; os Vaicias (oriundos das pernas de Brahma), são os lavradores, comerciantes e artesãos; e Sudras (saídos dos pés de Brahma), são os servos e escravos. Os Párias são pessoas que não pertencem a nenhuma casta, por terem desobedecido leis religiosas. Estes não podem viver nas cidades, ler os livros sagrados nem se banharem no Rio Ganges.

Apesar de ser um preceito bastante antigo, o sistema de castas, não fazia parte do corpo doutrinário original. Constitui um adendo incluído em remotas épocas, pela mãos dos brâmanes e que se tornou a principal instituição da sociedade indiana. Este sistema, atualmente rejeitado pela maioria dos reformadores do hinduismo, constitui uma tese a ser discutida, demonstrando a pequenez do ser humano, razão pela qual deve ser extinta, pois existem inúmeras maneiras de a Lei ser exercida, sem o agravamento maior imposto pela sociedade. A aceitação da divisão em castas significaria o mesmo que aprovar a escravidão, já que seriam escravos apenas os que construíram, em vidas passadas, as causas que ocasionaram esse efeito. Fica exposta a tese para que cada um escolha a que mais lhe esteja de acordo.

Para o Hinduismo, o mundo físico é uma ilusão designada Maya, no mundo tridimensional, o homem e sua personalidade não passa de um sonho. Para se ver livre dos sofrimentos ( pagamento daquilo que foi feito na encarnação passada ), a pessoa deve ficar livre da ilusão da existência pessoal e física. Através da prática do ioga e da meditação transcedental, o adepto pode transceder este mundo de ilusões e atingir a iluminação, a liberação final. O hinduísmo ensina que o ioga é um processo de oito passos, os quais levam a culminação da pessoa transcender ao universo impessoal, no qual o praticante perde o senso de existência individual.

TEOLOGIA
Sem abandonar as divindades registradas nos Vedas, os brâmanes, estabeleceram Brahma ( em sânscrito, "o absoluto" ), como a divindade principal da ( Trimurti ) tríade hindu, integrada por: Brahma, Vishnu e Shiva. Brahma é a manifestação antropomórfica do brahman, o princípio criador, a "alma universal", o ser absoluto e incriado, mais um conceito de totalidade que envolve todas as coisas do que propriamente um deus.

Tudo é deus, deus é tudo: o hinduísmo ensina, como no Panteísmo, que o homem está unido com a natureza e com o universo. O universo é deus, e estando unido ao universo, todos são deuses. Ensina também que este mesmo deus, é impessoal. Muitos deuses adorados pelos hindus são amorais e imorais.

Por serem várias as divindades no hinduismo, citaremos apenas as mais significativas: Agni é o pai dos homens, deus do fogo e do lar. Indra rege a guerra. Varuna é o deus supremo, rei do universo, dos deuses e dos homens. Ushas é a deusa da aurora; Surya e Vishnu, regentes do sol; Rudra e Shiva, da tempestade. Animais como a vaca, rato, e serpentes, são adorados por serem possivelmente, a reencarnação de alguns dos familiares. Existe três vezes mais ratos que a população do país, os quais destroem um quarto de toda a colheita da nação. O rio Ganges é considerado sagrado, no qual, milhares de pessoas se banham diariamente, afim de se purificar. Nos cultos védicos, os pedidos mais solicitados aos deuses são vida longa, bens materiais e filhos homens. Muitas mães afogam seus filhos recém-nascidos, como sacrifício aos deuses.

O Bramanismo, posteriormente conhecido por hinduísmo, exotericamente desenvolveu-se, sofreu modificações, foi adulterado e, com o passar dos tempos, entrou em decadência, como é usual acontecer com as religiões. A sua essência esotérica, no entanto, continua inalterada e preservada pelos Mistérios, praticados em santuários da Índia.
 

BUDISMO

BUDISMO
O Budismo, é um conjunto de Ensinamentos emitidos e vividos por um grande homem, o príncipe hindu Siddharta Gautama, conhecido por Buda ( Buda não é um nome, mas uma condição ou estado de pleno desenvolvimento espiritual - a Iluminação. Significa 'O Desperto' ). Os seguidores dessa filosofia de vida não o tem como um Deus, mas como um guia espiritual que os ensina como se libertar do ciclo da morte e reencarnação, alcançando a iluminação, um estado de pureza espiritual completamente livre das preocupações mundanas e do ciclo da reencarnação.

O Budismo tem atualmente cerca de 500 milhões de adeptos em todo o mundo. A partir do Ceilão ( atual Sri Lanka ), difunde-se a sudeste, na Birmânia ( Mianmá ), Laos, Tailândia e Camboja, ao norte no Tibete, e a leste na Coréia, na China. No Japão, mistura-se com a antiga escola de meditação chinesa chan ( zen, em japonês ), dando origem ao zen-budismo.

HISTÓRIA DE BUDA

O príncipe Siddharta Gautama nasceu em 560 a.C. na cidade de Kapilavastu no Nepal, nas montanhas do Himalaia, próximo da fronteira com a Índia. Filho de Shuddhodana Gautama, um Rei da dinastia dos Sakyas e da Rainha Maya, que morreu quando o principe completou uma semana de vida. Apesar de viver confinado dentro de um palácio, Siddharta se casou aos 16 anos com a princesa Yasodharma e teve um filho, o qual chamou de Rahula.

Como principe Siddharta vivia protegido e afastado dos sofrimentos do mundo. Durante um raro passeio fora do palácio, foi submetido a quatro visões que o comoveram profundamente: um doente, um ancião, um cadáver e um asceta. Chocado com a doença, com a velhice e a com morte, Siddharta refletiu sobre o que viu e tomou uma decisão que mudaria sua vida e a história.

Aos 29 anos, Siddharta resolveu sair de casa e partiu em busca de uma resposta para o sofrimento humano. Juntou-se a um grupo de ascetas e passou seis anos jejuando e meditando. Durante muitos dias, sua única refeição era um grão de arroz por dia. Após esse período, cansado dos preceitos do Hinduísmo e sem encontrar as respostas que procurava, separou-se do grupo para meditar.

Após sete dias meditando debaixo de uma figueira ( Bodhi - "A Arvore do Despertar" ), atingiu o Nirvana ( a iluminação ), com a revelação das Quatro Verdades. Ao ouvir o relato de sua experiência, seus cinco discúpulos o denominaram "Buda" ( O iluminado, em sânscrito ) e assim passou a pregar sua doutrina pela Índia. Todos aqueles que estavam desiludidos com a crença hindu, principalmente os da casta mais baixa, deram ouvidos a esta nova mensagem, o "Caminho do Meio" - que pregava evitar os extremos, tanto da negação de si mesmo, como da satisfação dos desejos. Siddharta contava 35 anos de idade e durante os 45 anos seguintes, ele e seus discípulos, pregaram ao longo da bacia do Ganges até o seu falecimento aos 80 anos de idade.

SISTEMA DE CRENÇAS

O Budismo consiste no ensinamento de como superar o sofrimento e atingir o nirvana (estado total de paz e plenitude) por meio da disciplina mental e de uma forma correta de vida. Também creêm na lei do carma, segundo a qual, as ações de uma pessoa determinam sua condição na vida futura.

A doutrina é baseada nas Quatro Nobres Verdades de Buda:

1. Primeira Nobre Verdade, a Existência do Sofrimento ( Dukkha Stya ): Impermanência, Anicca ; Insatisfatoriedade, Dukkha; Impersonalidade, Anatta.

2. Segunda Nobre Verdade, a Causa do Sofrimento ( Samudaya Satya ): Desejo, avidez, tanha, que dividi-se em:
• Desejo dos Prazeres dos Sentidos ( kama ),
• Desejo de auto-preservação ( bhava ) e
• Desejo de Não existência ou auto-aniquilamento ( vibhana ).

3. Nobre Verdade, a Cessação do Sofrimento ( Nirodha Satya ): a Extinção do desejo, da ambição, do anseio, Nirvana.

4.Quarta Nobre Verdade, o Caminho que conduz à Extinção do Sofrimento ( Magga Satya ): Caminho Óctuplo, Atthangika Magga. É o caminho ensinado pelo Buddha que conduz ao despertar. Ele recebe este nome por ser dividido em oito práticas, geralmente agrupadas em três treinamentos superiores:
I - Prajna (Sabedoria );
II - Samadhi ( Meditação ) e
III - Sila ( Moralidade );

O NOBRE CAMINHO ÓCTUPLO

1. Visão Correta
O Adepto deve aceitar as Quatro Verdades e os oito passos de Buda.

2. Pensamento Correto
O Adepto deve renunciar todo prazer através dos sentidos e o pensamento mal.

3. Fala Correta
O Adepto não deve mentir, enganar ou abusar de ninguém.

4. Ação Correta
O Adepto não deve destruir nenhuma criatura, ou cometer atos ilegais.

5. Meio de Vida Correto
O modo de vida não deve trazer prejuízo a nada ou a ninguém.

6. Esforço Correto
O Adepto deve evitar qualquer mal hábito e desfazer de qualquer um que o possua.

7. Atenção Correta
O Adepto deve observar, estar alerta, livre de desejo e da dor.

8. Meditação Correta
Ao abandonar todos os prazeres sensuais, as más qualidades, alegrias e dores, o Adepto deve entrar nos quatro gráus da meditação, que são produzidos pela concentração.

TEOLOGIA DO BUDISMO

A divindade: Não existe nenhum Deus absoluto ou pessoal. A existência do mal e do sofrimento é uma refutação da crença em Deus. Os que querem ser iluminados, necessitam seguir seus próprios caminhos espirituais e transcendentais.

Antropologia: O homem não tem nenhum valor e sua existência é temporária.

Salvação: as forças do universo procurarão meios para que todos os homens sejam iluminados ( salvos ).

A alma do homem: A reencarnação é um ciclo doloroso, porque a vida se caracteriza em transições. Todas as criaturas são ficções.

O caminho: O impedimento para a iluminação é a ignorância. Deve-se combater a ignorância lendo e estudando.

Posição ética: Existem cinco preceitos a serem seguidos no Budismo:

• Proibição de matar
• Proibição de roubar
• Proibição de ter relações sexuais ilícitas
• Proibição do falso testemunho
• Proibição do uso de drogas e álcool

No Budismo O Adepto pode meditar em sua respiração, nas suas atitudes ou em um objeto qualquer. Em todos os casos, o propósito é se livrar dos desejos e da consciência do seu interior.

Texto baseado no Livro: A Doutrina de Buda
Bukkyõ Dendõ Kyõkai - ( Sociedade para a Divulgação do Budismo )

Para adquirir exemplares desta obra, entrem em contato com:
Fundação Educacional e Cultural Yehan Numata.
Mitutoyo Sul Americana Ltda.
Fone: (11) 5643-0000
e-mail: rh@mitutoyo.com.br

Namastê !!!
 

Ásatrú

Ásatrú
A Religião dos Povos Nórdicos

ORIGENS

Ásatrú é o nome moderno para uma antiga religião, cujas origens remontam à idade da pedra. Na Era do Touro, por volta de 4.350 a.C, o homem deixava de ser nômade para se transformar em lavrador. A energia fecundadora da terra desafiou a compreensão do homem primitivo, que via no milagre da procriação da vida algo de divino, que somente as fêmeas podiam reproduzir. Então conceberam a terra como um ser dotado de alma e consciência própria "Nerthus" a "Mãe Terra". Surgia assim a religião primordial européia, como uma crença Matrifocal e Xamanística. Porém essa religião não permaneceu inalterada, como uma fé viva, evoluiu e se adaptou às necessidades espirituais dos povos daquela época até a Era Viking, sem perder no entanto, o vínculo com suas antigas raízes.

Em nórdico arcaico Ásatrú significa "Verdadeiro para com os Aesir", entretanto, o Ásatrú não era praticado apenas pelos Aesir, mas também pelos Vanir e por alguns povos da progênie Jotnar. Este nome foi dado aos Islândeses quando estes conseguiram o reconhecimento legal em 1972. O Godhi ( sacerdote, chefe ) Islândes e Skald ( poeta ), conhecido como Alhesargodhi Sveinbjorn Betteinsson, liderou os Asatruares do primeiro grupo Heathenista legalmente reconhecido na Islândia há aproximadamente um milênio, na época do reconhecimento oficial pelo Parlamento Islândes ( Althing ) do Ásatrú como uma religião válida e verdadeira. "Trú" também significa Fidelidade, Fé ou Confiança.

HISTÓRIA

O Ásatrú foi por muito tempo a religião de diversos povos do Norte da Europa. Escandinavos ( Dinamarqueses, Noruegueses, Suecos e Escandinavos ), Frisios, Húngaros, Anglo Saxões ( ancestrais, juntamente com os Gaelicos, dos Ingleses ), os Teutões ( predecessores dos Alemães ), os ancestrais dos Holandeses, os Godos ( Visigodos, Ostrogodos, etc ), os Eslavos, Longonbardos e os Russos. Suas raízes são Indo-Europeias e isto significa que tem as mesmas raízes das religiões e culturas dos Celtas e Hindus. Apesar das falsas alegações sem nenhuma prova acadêmica ou evidencia arqueológica de supostas Tradições Familiares e linhagens ininterruptas, a religião foi totalmente obliterada por uma campanha genocida e violenta praticada pelo antigo Cristianismo.

Os Antigos Nórdicos eram povos fortes, mas mesmo com uma intensa tradição cultural, não intencionavam converter outros povos às suas crenças. O declínio do Ásatrú começou mesmo antes do fim do Século VI, quando as novas religiões de origem Cristã, estavam em franca expansão na Europa. Um pequeno grupo de missionários cruzou o Canal do grande continente para as ilhas britânicas trazendo a fé Cristã para Kent.

Os Padres Cristãos trabalharam intensamente na parte ocidental da Bretanha e substituíram os templos dos deuses heathenistas por pequenas igrejas de madeira, tijolos e pedras. Cruzes esculpidas se ergueram em toda parte em nome da fé cristã. Por volta de 731 da Era Comum, um cristão "brilhante" no novo monastério de Jarrow no norte da Inglaterra, conhecido como o venerável Bede, se dispôs a escrever um livro cobrindo o crescimento da Nova Fé de uma ponta a outra da Inglaterra. Apesar de a religião heathenista não estar ainda morta na Bretanha, seus dias estavam contados. No continente, muitos dos Germanos já haviam rejeitado os velhos deuses ( ou convertidos sob a ponta da espada em óbvias ameaças de morte desta nova "religião de amor" ), com poucas exceções como os Saxões, os Frisios e os Dinamarqueses. Por volta dos séculos X e XI o povo da Noruega se converteu por influência dos Reis Cristãos, Olaf Tryggvarsson e Olaf-o-Sagrado. Estes dois batalharam sem cessar contra os deuses heathenistas, esmagando seus ídolos, queimando seus templos, expulsando seus seguidores ou expondo estes a mortes dolorosas em nome de Cristo.

Alguns daqueles que foram expulsos, se estabeleceram na Islândia, aonde não havia reis, e portanto não havia perseguições. Mas mesmo na Islândia, as chamas do heathenismo estavam se apagando, e no ano 1000 da Era Comum, O Parlamento ou Assembléia Islândesa, sob pressão de diversos reis cristãos da Escandinávia através de ameaças de guerra, e boicote do comércio, tornaram o Cristianismo a religião oficial da Islândia, mas com muito mais tolerância para com a Velha Religião, aonde as escrituras e imagens não foram esmagadas ou destruídas.

Em 1015, a Dinamarca também esqueceu suas velhas raízes, quando Canute O Dinamarquês conquistou a Inglaterra e preparou-se totalmente para se tornar um pilar da Igreja Cristã. Os Suecos foram os mais teimosos em sua fé na religião heathenista, mas por volta de 1164, um bispo Cristão governou em Uppsala, o antigo forte de Odin e FreyR, e destruiu o Antigo Templo de Uppsala construindo no lugar uma Igreja Cristã, que ainda existe atualmente e é vista hoje em dia, como um monumento amaldiçoado, em memória ao genocídio praticado pelo Cristianismo a todos os predecessores do Ásatrú.

Como uma religião etno-cultural, Ásatrú foi parte da cultura, e mais do que isso, parte da alma dos povos norte europeus, e não morreu realmente. Ela sobreviveu entre as comunidades Góticas, e Anglo-Saxãs em um sincretismo com o Cristianismo e o Heathenismo chamado de Arianismo Católico, e mesmo os Cristãos Islândeses ainda respeitavam os espíritos da terra que foram os Landvaetter. Entretanto tal religião foi perseguida e completamente exterminada pelos Agentes da Igreja Cristã como uma religião herética e este parecia ser o fim do culto Aesir no Norte da Europa.

Entretanto a tirania cristã não durou para sempre. A Era das Trevas, quando a Cristandade esteve em total domínio político, terminou com a Renascença, e na Era Moderna, a humanidade pode ver novamente uma nova luz de liberdade. O maior e mais importante tributo ao fim de tal escuridão foi quando o ultimo rei cristão da França foi decapitado e alguém gritou na multidão:

"Jacques de Molay - Teu sangue está vingado!!!"

(A Coroa Cristã Francesa foi uma das piores inimigas do heathenismo e da Civilização Viking).

Durante o inicio do Século XX, o Partido Nacional Socialista na Alemanha sob a Liderança de Adolf Hitler e com a aprovação do Papa, tentou perverter o Ásatrú tomando parte de seus símbolos religiosos nas crenças racistas Nazistas. Tal blasfêmia morreu ao findar a Segunda Guerra Mundial, apesar de alguns grupos neo-nazistas estarem ainda hoje tentando continuar com tais práticas.

Esta atividade não está de nenhum modo relacionada com a restauração do Ásatrú como o Culto Aesir em sua Antiga Glória!

Cada estudo runológico feito na Alemanha do Século XIX e XX esteve manchado com elementos não tradicionais, misturados com elementos teosóficos e do extremismo racista, resultando em um esoterismo germânico nazista não tradicional praticado por pessoas como Guido Von List.

E como sempre, a Islândia teve um papel importante na restauração do Ásatrú. Eles preservaram suas escrituras e lendas das mãos danosas da inquisição cristã e em 1972, o Sacerdote ( Godhi ) e Poeta ( Skald ) Sveinbjorn Betteinsson, após muita pressão política no parlamento Islandês ( thing ), conquistou reconhecimento legal do Tradicionalismo Religioso Nórdico Pre-Cristão como religião válida e a nomeou Ásatrú, que significa: Fé, Confiança ou Lealdade para com os Deuses!

SISTEMA DE CRENÇAS

Ásatrú é uma religião Etno-Cultural.
Religiões Etno-Culturais são a forma mais sublime de expressão da cosmologia, visão de mundo, espiritualidade e Cultura de um povo. A cultura é o elemento mais importante de um povo ou nação e é de fato a alma desta nação. Outros exemplos de Religiões Etno-Culturais são o Hinduismo, Druidismo, Judaísmo, Taoismo, Vodu, Candomblé e Shintoismo

As comunidades religiosas Ásatrú são chamadas de Kindreds ou Hearths. "Padres" ou sacerdotes são chamados de Gothi (Godhi, Goði ou Goþi), e as "Madres" ou sacerdotisas são chamadas de Gythia (Gydhia, Gyðia ou Gyþia).

Estória da Criação
Da mesma forma que as demais religiões o Ásatrú também tem a sua versão para a criação do universo. Um poema Volüspá ( Profecia da Vidente ), conta a estória da criação da seguinte maneira:

"Entre Muspelheim ( A Terra do Fogo ) e Niflheim a terra ou ( País do Gelo), havia um espaço vazio chamado Ginnungigap. Fogo e gelo moveram-se em direção um ao outro e quando colidiram, o universo passou a existir. Odin, Vili e Vê, antes de criar o mundo, tiveram que matar um gigante cuja presença preenchia todo o universo, seu nome era Ymir e era o pai de toda prole Jotnar, que se portava muito destrutivamente. Com o corpo de Ymir, fizeram a terra, com seu sangue, fizeram o mar, com seus pelos, fizeram as árvores, com seu crânio, fizeram a abóbada celeste ou o universo, aonde repousam as estrelas, e com seus miolos, fizeram as nuvens no céu. Com os cílios de Ymir, fizeram um grande cercado em torno de nosso mundo chamado de Midgard, do qual mantém de fora os Thurses, ou seres de fora de nosso mundo, cuja natureza é destruidora e nociva."

O Homem
Para o Ásatrú, a humanidade é literalmente descendente dos Deuses. Conta a lenda que uma deidade, Rig, visitou a terra e foi o pai da raça humana. Os Deuses deram o OdreidthR ( o êxtase ) de presente aos seres humanos para os diferenciar dos outros animais, e também para ser a ligação eterna entre os homens e os Deuses.

Valores de Vida
Seguem as "Nove Nobres Virtudes": Coragem, Verdade, Honra, Fidelidade, Disciplina, Hospitalidade, Labor, Auto-Confiança ( Independência ) e Perseverança.

Família
A família é muito valorizada e honrada. Rejeitam qualquer forma de discriminação baseada em etnia, sexo, linguagem, nacionalidade, raça, orientação sexual, ou "outro critério separativo".

Moralidade
O Ásatrú de fato não tem um conjunto definido de Mandamentos, mas uma não definida moralidade heróica. Possuem entretanto, alguns elementos que poderiam ser considerados como conduta virtuosa e que levariam à admiração a nossa sociedade moderna. Honra, Coragem, Realidade em vez de Aderência a um Dogma, Lealdade para com a família, sua comunidade e Deuses em vez de Sincretismo e traição, prazer, modéstia e compaixão.

Ásatrú e Ecologia
Para o Ásatrú, a Natureza é extremamente sagrada. Consideram a terra como a mãe que nutre a vida com os frutos vindos dos seu seio. Respeitam os animais, e não os matam indiscriminadamente só para se divertir, nem para fins religiosos. Pois os animais mortos em sacrifícios rituais, não são destruídos completamente pelo fogo, são assados, consumidos e apenas compartilhados com os Deuses. Os Povos Nórdicos se retiravam freqüentemente para as florestas, em busca do sagrado. Para eles, cuidar da natureza é cuidar do corpo de Nerthus e do bem estar de Jord.

OS DEUSES NÓRDICOS

As crenças do Ásatrú são politeístas, Zoomórficas, Antropomórficas e Animistas, como a maioria das religiões Indo-Européias em sua forma original. O Ásatrú, como religião politeísta, cultua três tribos divinas ou "Panteões de Divindades"

Os Aesir
São os Deuses da tribo ou clã, representando a Realeza, ordem, artesanato, etc.

Os Vanir
São Deuses associados ao clã mas que não fazem parte deste, representam a fertilidade da terra e as forças da natureza.

Os Jotnar
São Deuses, mas que são referidos como gigantes. Representam o caos e a destruição. Estão constantemente em guerra contra os Aesires em uma batalha chamada Ragnarok ( O crepúsculo dos Deuses ), em que muitos dos Deuses irão morrer, o mundo chegará ao seu fim e renascerá.

O PANTEÃO NÓRDICO

ODIN
Principal Divindade Viking. Pai de todos os deuses, protetor dos poetas, dos guerreiros e dos estadistas. Deus da Morte, da Guerra e da Magia. Governante de Asgard e de Midgard. Empunha a lança Gungnir, que nunca erra o alvo e que no cabo, tem runas gravadas, que ditam a preservação da lei. Cavalga um garanhão negro de oito patas, de nome Sleiphir, seguido por seus dois lobos de estimação: Geri e Freki. Conquistou as runas para a humanidade através de um ato de sacrifício pessoal e trocou seu olho direito por sabedoria. Odin era celebrado às quartas-feiras, e por isso, este dia ficou conhecido como Odinsday, que depois, tornou-se em inglês a Wednesday ( quarta-feira ). O possível análogo de Odin na mitologia Grega é Zeus, por se tratar do Deus dos deuses.

FRIG
Esposa de Odin, Deusa da Fertilidade, versão da mãe Terra. É associada a Nerthus ( Idade do Bronze ). É conhecida por sua sabedoria e por nunca revelar seus segredos a ninguém, nem mesmo a Odin, seu esposo. É representada por uma sacerdotisa nua de cabelos longos, usando um torc (colar de ouro) e pulseiras nos braços e pernas. Suas possíveis análogas na Mitologia Grega são Hera, por se tratar da mulher de Zeus e Deusa dos Partos, ou Gaia, por se tratar da Mãe Terra, a fertilidade em pessoa.

THOR
Deus do trovão, filho de Odin. Thor é invocado nas magias rúnicas como força vingadora. Casou-se com a Deusa Sif, do trigo. É com certeza o Deus mais conhecido do Ásatrú. Isso devido, é claro, ao famoso desenho de nome "Thor, o Deus do Trovão". Na verdade, Thor não era apenas o Deus do Trovão, mas também o Deus da Chuva, do Relâmpago e da Vingança. Ele era o melhor entre todos os guerreiros de Asgard, mas não era o Deus da Guerra, nem dos Guerreiros. Empunhando seu mítico martelo de pedra chamado Mijollnir, ele era invencível em qualquer batalha. Os guerreiros Vikings costumavam usar réplicas em miniatura do Mijollnir penduradas em seus pescoços durante as batalhas, pois acreditavam que assim também seriam invencíveis, como o deus. Apesar disso, Thor era o menos inteligente de todos os deuses. O possível análogo de Thor na Mitologia Grega é Apolo, por ser filho de Zeus, bem como Thor é filho de Odin, além disso, Apolo é o Deus do Sol, e Thor também é Deus de entidades celestes. Este Deus era reverenciado todas as quintas-feiras, sendo este dia chamado de Thorsday, que deu origem ao nome da quinta-feira em inglês, ou seja, Thursday.

BALDUR
Dos Deuses do sexo masculino, este é o mais jovem e o mais bonito. Deus do Sol e do Verão. Irmão de Thor, é o mais eloquente dos deuses.

LOKI
Filho de Odin, irmão de Thor é o Deus do fogo e tem descendência dos povos gigantes. Era considerado ao mesmo tempo um deus do bem e do mal. Ele era conhecido com o trapaceiro de Asgard, pois sempre tentava enganar os outros deuses. Seu dia de reverência era o sábado, que era conhecido como Lokisday, mas este nome não prevaleceu como origem do nome atual do sábado em inglês.

TYR
É o Deus dos Guerreiros e do Combate ( não da Guerra ). Era o líder do exército dos deuses, apesar de não ser nem de longe o melhor guerreiro. Tyr era muito celebrado principalmente pelos soldados profissionais, e seu dia era a terça-feira, que ficou conhecida como Tyrsday, palavra que em inglês deu origem à Tuesday ( terça-feira ). Seu possível análogo na Mitologia Grega é Marte, que apesar de ser o Deus da Guerra, também não é nem de longe o melhor guerreiro do Olimpo.

NJORD
É um Deus muito importante para os Vikings, por se tratar do Deus dos Mares, era também o Protetor dos Marinheiros e Pescadores. Representação paterna do Vanir, ele é aquele que concede riquezas e um corajoso guerreiro. Casado com a Deusa Skadi.

FREY
Filho de Njord, é o patrono da fertilidade, o soberano do reino dos duendes responsáveis pelo crescimento da vegetação. A sua principal característica é o seu pênis ereto, e é o equivalente setentrional, mais próximo do Deus Cernnunos ( Wicca ).

FREYA
Irmã de Frey, é a mais importante entre as Deusas do Ásatrú, superando até mesmo Frigg. Ela também é uma Duende e é a Deusa do Amor e da Magia. Compartilhou com Odin a morte em batalha, recebendo o primeiro golpe. Era celebrada nas sextas-feiras, por isso este dia era chamado de Freyasday, o que deu origem em inglês ao dia Friday (sexta-feira).

HEIMDAL
É o deus brilhante, guardião da ponte do arco-íris que conduz a Asgard e possuidor do Gjallanhorn que ele sopra na batalha de Ragnarök. Sua audição é tão sensível que ele pode ouvir a grama brotando e a lã crescendo no dorso de uma ovelha.

NORNES
Deusas do destino: Urd, Verdani e Skuld. São três irmãs que tecem o fio do destino dos homens em seus teares. Guardam Yggdrasil, a árvore do mundo, que sustenta a Terra. Todas as manhãs fazem chover hidromel sobre suas raízes, para que as folhas permaneçam verdes. São representadas pela virgem, a mãe e a anciã. Urd é muito velha e vive olhando para trás, ( passado ) por sobre os ombros. Verdani é uma jovem e olha sempre para a frente ( presente ) e finalmente Skuld, vive encapuçada e possui um pergaminho fechado sobre seu regaço, que contém os segredos do futuro.

IDUN
Deusa da saúde e mulher de Bragi, deus da poesia. Ela é responsável pela saúde dos deuses. Possuía uma caixa de madeira mágica, onde guardava um infinito número de maçãs as quais tinha a obrigação de servir a todos os deuses, todos os dia. Estas maçãs é que lhes garantiam a força e a eterna juventude. Na Mitologia Grega existia a crença de que os deuses se mantinham fortes e jovens porque comiam Ambrósia e bebiam Néctar todos os dias. Quem servia Néctar aos deuses Gregos era Baco, o Deus do Vinho, por isso ele é o possível análogo de Idun.

MIMIR
Gigante, guardião da Fonte da Sabedoria e amigo de Odin.

AEGIR
Gigante dos mares.

VALKYRIAS
São entidades femininas que aparecem para os homens que estão prestes a morrer. Apenas estes podem vê-las, para os demais elas são invisíveis. Elas têm a missão de conduzir os mortos até Walhalla ou Hel.

DVALIN
É o soberano dos anões, além de ser o Deus do mundo subterrâneo.

DAIN
Soberano dos Elfos

RITUAIS ÁSATRÚ

Blot
É o ritual religioso mais comum; é um sacrifício para os Deuses. Nos velhos dias, como na maioria das antigas religiões, um animal era consagrado para as deidades e depois morto. Não era um tipo de suborno ou um método de capturar o poder do animal morrendo. Era uma forma simples em que os antigos Nórdicos retribuiam sua fartura com um presente aos Deuses. Atualmente, o sacrifício animal foi substituído por outras oferendas como cerveja, suco ou hidromel. No encerramento, todos os presentes são borrifados com o liquido, ou bebida.

Sumbel
É uma celebração do ato de beber ritualmente, em que um chifre é preenchido com uma bebida e passado pelo grupo. Cada pessoa faz um brinde aos Deuses, narra uma estória, canta uma canção ou recita um poema em homenagem à antigos heróis ou ancestrais e então bebe do chifre.

Profissão ou Adoção
Assim como os Católicos têm o rito de profissão de fé que é chamado de Crisma, e os Judeus o seu Bar Mitzva, uma pessoa só passa a ser formalmente considerada um Ásatrúar quando professa sua fé em um rito conhecido como "Profession Blot". É o ato de assumir um compromisso com o Ásatrú pela exclusão de quaisquer outros dogmas religiosos. Faz-se um juramento solene de aliança e parentesco com os Deuses de Asgard, os Aesir e Vanir e sua gente. É uma cerimonia simples usualmente feita na presença de um Gothi ou Gythia e o resto do Kindred, Hearth, ou Garth. O compromisso é tomado sob um anel de juramento ou outro objeto sagrado.

O Juramento
"Eu juro portar sempre a Bandeira do Corvo Aesgaardiana, seguir o caminho do Norte, agir sempre com honra e bravura, e ser sempre sincero e verdadeiro para os Aesires, Vanires e para o Ásatrú. Pelos Deuses eu assim juro. Por minha honra eu assim juro. Sob este Anel Sagrado eu assim juro."
Heill Asar ok Vanir !

CALENDÁRIO ÁSATRÚ
( Adaptado para o Hemisfério Sul )

9 de Janeiro
- Morte de Raud o Forte
Assassinado por Olaf o Gordo por negar-se a converter-se ao cristianismo.

9 de Fevereiro
- Morte de Eyvind Kinnrifi
Assassinado por Olaf o Gordo por negar-se a converter-se ao cristianismo.

28 de Março
- Dia de Ragnar Lodbrok.

9 de Abril
- Dia de Haokon Sigurdson o Grande.
Defensor da religião Ásatrú na Noruega.

9 de Maio
- Gurod de Gudbrandsdal.
Assassinado por não converter-se ao cristianismo.

9 de Junho
- Día de Sigurd ( Sigfried ).

24 de Junho
- Festa de Vali. ( Festival da Família ).

25 de Junho
- YÜLE ( WEIHNACHTEN ) A festa mais sagrada.

9 de Julho
- Dia de Unn a de Mente Profunda.

19 de Julho
- WINTERNIGHTS ( Noites de Inverno ).
- Fim da colheita ).
- Benção dos Elfos e FREY.
- Morte de Olaf o Gordo.

24 de Julho
- THORRABLOT ( Assembléia dos Deuses )
Benção do trabalho para o ano todo.

9 de Agosto
- Dia do Rei Radbod da Frisia.
Por se negar a converter-se ao cristianismo.

9 de Setembro
- Dia de Hermann o Cheruscan.
Personalização da liberdade germânica.

12 de Outubro
- Dia de Leif Eriksson e sua irmã Freydis Eriksdottir.
Homenagem aos primeiros nórdicos que se assentaram na América.

28 de Outubro
- Dia de Erik o Ruivo.

01 de Novembro
- NOITE DE WALBURG ( Valpurgisnatch )
Principio do Verão.

9 de Novembro
- Dia do Reinado de Sigrid da Suécia.
Aquele que organizou o complô para fazer cair a Olaf.

9 de Dezembro
- Dia de Egill Skallagrimsson, poeta, guerreiro e Mago das Runas.
- OSTARA Entre o equinócio de Primavera e a primeira lua cheia seguinte.
- Benção da Vitória.
- Festa do Despertar.

21 de Dezembro ( data aproximada )
- Miðsommar, festival em comemoração do Solsticio de Verão.

Heill Innun Raudha þórR !
(Salve Thor, o Vermelho !)

 

Os Templários - part 1

Templários: a criação da Ordem
Por Pedro Silva - (autor de diversas obras e um especialista no estudo da Ordem Templária)

Ao longo de todos estes anos de investigação, tenho denotado, da parte de uma imensa maioria, um forte interesse pela temática destes cavaleiros de longas vestes brancas. São, afinal de contas, a representação mais fiel da Cavalaria (nobreza, peritos em combate, indomáveis) da Idade Média. A verdade é que se tornaram, com a passagem dos séculos, motivo de teorias contraditórias e de muita especulação.

Através dos meus livros sobre o tema, em Portugal e Brasil, tenho procurado desmistificar algumas ilusões criadas para "vender livros". Um investigador não pode, de forma alguma, enveredar pelo caminho do ilusionismo. Não é para isso que existe a nossa profissão. Temos de nos basear estritamente no que é comprovado. Quanto muito, podemos levantar possibilidades, através de documentos ou monumentos. Subsiste, até hoje, a dúvida sobre a data correcta de implantação da Ordem dos Pobres Cavaleiros do Templo de Salomão (nome oficial).

Temple Church - Londres - Preceptoria TempláriaPreceptoria da Ordem do Templo - Rothley Church - LeicestershireOrdem Templária - Rua do Templo - Paris

Porém, somos tentados a acreditar em 1118 como a mais fiel e a que se baseia em mais factos concretos. O local é Jerusalém (no Médio Oriente), a cidade-santa para três religiões monoteístas: cristãos, judeus e muçulmanos. A sua missão (oficial) era a de proteger a rota de transporte dos peregrinos, visto que, à época, Jerusalém era um local de peregrinação constante, plena de fluxos humanos vindos da Europa.

Era, por assim dizer, a viagem de uma vida! Havia quem vendesse todos os bens terrenos para poder deslocar-se até Jerusalém, procurando, pelo menos, tocar no que restava do célebre Templo, mandado construir pelo rei sábio Salomão, ou, até, pela possibilidade de caminhar pelo mesmo solo onde Jesus Cristo passara os seus dias.

Porém, há muitos autores actuais (e, quando nos referimos a actualidade fazemo-lo tendo em mente finais do século XIX até ao presente momento) que consideram que os Templários (nome pelo qual se tornam mais conhecidos) tinham, em mentes, outros projectos ao serem criados.

Bernardo de Claraval

Ou seja, segundo estes, os nove cavaleiros iniciais (onde se destavaca Hugo de Payns, o primeiro Mestre) teriam como fito principal encontrar, nos escombros do Templo de Salomão, a célebre Arca da Aliança (na qual estariam tesouros que, a ser descobertos, tornariam os seus detentores donos de um conhecimento de tal maneira transcendental que os levaria, facilmente, a governar o mundo).

Não podemos, naturalmente, confirmar tais teorias. Mas que nos parecem, de certo modo, apelativas, isso não podemos ignorar.

A verdade é que o fundamental em tudo isto, é que nove cavaleiros se juntaram, com o beneplácito da Igreja Cristã da cidade-santa, e apadrinhados por S. Bernardo de Claraval (o futuro mentor da Regra Templária), criando algo que, na altura, nem sequer sonhariam com a dimensão que viria a ter.


 

Os Templários - part 2

Cavaleiros Templários
Os Pobres Soldados de Jesus Cristo e do Templo de Salomão

Por Lázaro Curvêlo Chaves.’.M.’.M.’. - GLUSA

"Introdução: conceitos sociológicos indispensáveis"

Dialética

Tudo é transformação, movimento. Heráclito de Éfeso, em seu aforismo de número 91 informa: “Não se pode entrar duas vezes no mesmo rio.” – as águas passam e a própria pessoa se transforma. Hoje, por exemplo, sabemos que todas as células do nosso corpo são substituídas a cada 11 meses. Há permanência e transformação. Somos nós mesmos e um outro em processo de devenir perpétuo, em permanente transformação.

Eu escrevo um diário desde os meus 11 anos de idade. Tenho mais de 40 cadernos com idéias, impressões, alegrias e frustrações registradas pela vida afora. É impressionante reler particularmente os mais antigos e perceber o quanto me transformei, mudei de planos e idéias.

Tenho também um álbum de fotos. Até os 18 anos tinha um corpo atlético e vasta cabeleira loira. Aos 47 estou calvo e fora de forma, muitos quilos acima do peso.

Estes exemplos não são fortuitos. Estou seguro de que todas as pessoas têm vivências similares. O mais importante é não perder de vista que somos sempre nós mesmos e um outro em transformação. Há o que permanece e o que se transforma ao longo de nossas vidas.

Não há lugar para conceitos absolutos e definitivos. Assim como nossa forma física, nossas idéias a respeito das coisas se transformam à medida que nosso conhecimento se amplia.

A Igreja Católica Romana, durante a Idade Média, não admitia qualquer conhecimento que estivesse fora do que preconizavam os doutores da Lei. Se algo não estava escrito, por exemplo, na Obra de Aristóteles, simplesmente não era considerado verdade e quem argüisse a respeito corria o risco de sofrer os suplícios da Santa Inquisição.

A Terra era considerada achatada e havia a crença de que era carregada por gigantescas tartarugas. O “fim do mundo” estava além do Oceano ou “Mar Tenebroso”, como se referiam ao Atlântico naqueles tempos. Acreditava-se que as águas ferviam pela altura da linha do Equador e que havia sereias belíssimas que tinham particular predileção gastronômica pelos testículos dos marinheiros. Eram tempos de medo.

Não se conhecia o Novo Mundo (América) ou mesmo a Austrália. Os mapas medievais faziam referências superficiais a locais existentes a partir de relatos de viajantes.

O que outrora custou a vida de centenas de cientistas, alquimistas, rosacruzes e filósofos que discordavam racionalmente dos pontos de vista dogmáticos da Igreja é hoje aceito com naturalidade e comprovado por fotos de satélite.

O mundo não mudou, ou seja, não era achatado e ficou redondo (ou, mais precisamente em formato de uma pêra) de um momento para o outro. O avanço da ciência e a modificação da percepção humana, hoje com fotos tiradas de satélites e mesmo da Lua, é que se transformou.

Devemos sempre ser cautelosos com aqueles que propagam “verdades absolutas”, úteis em determinado tempo histórico e um povo específico, contudo frequentemente distanciadas da realidade absoluta dos fatos.

Etnocentrismo

Todos os povos do mundo, dos bosquímanos africanos aos esquimós do Pólo Norte, passando pelos papuas da Nova Guiné, aborígines americanos e europeus, se consideram superiores a todos os outros povos. Esta é uma idéia universalmente difundida e, uma vez que o avanço tecnológico, particularmente no que tange ao poderio bélico ultrapassa o avanço humanístico, os vencedores são sempre aqueles que, dotados de maior capacidade de destruição, tornam-se os donos da verdade histórica.

A sociologia define “etnocentrismo” classicamente como “considerar a própria cultura ou civilização superior a todas as demais ou mesmo a única válida”.

Isto tem sido motivo das mais diversas formas de intolerância ao longo da história humana.

Já os gregos se referiam a todos os que não dominavam seu idioma ou cultuavam seus deuses e costumes como “bárbaros”. Ao longo da história humana encontram-se formas diversas de discriminação. Aqui nos interessa de perto a incapacidade de tolerar a fé ou religião do outro ou mesmo aceita-la como válida. Fundamentalistas religiosos – sejam cristãos, muçulmanos, judeus ou de qualquer fé – via de regra vêem-se como “donos da verdade” ou, no limite, “professores de Deus” e buscam lançar a fé alheia na rubrica da feitiçaria ou da heresia...

O Grande Cisma Cristão

O ano de 1054 foi marcado pelo primeiro Grande Cisma da cristandade. O Bispo de Roma, Humberto, autoproclama-se papa, não é reconhecido pelo Patriarca (Bispo) de Constantinopla, Miguel Celulário, ambos se excomungam mutuamente e agora há duas Igrejas Católicas. A Católica Apostólica Romana, sob a liderança do Bispo de Roma (o Papa) e a Católica Apostólica Ortodoxa ou Grega, sob a liderança de um conselho de Patriarcas.

Enquanto a Europa segue o caminho ditado por Roma, o Império Bizantino (continuação do Império Romano no Oriente, que durará até o ano de 1453, quando os canhões de Maomé III derrubam as fortificadíssimas muralhas de Constantinopla) segue a orientação dos Patriarcas Ortodoxos.

Durante as Cruzadas, contudo, católicos romanos e ortodoxos tendem a uma aliança, ainda que tênue, contra o adversário muçulmano.

O Islã

"Em nome de Deus, Clemente, Misericordioso..."

O islamismo, religião que mais cresce no mundo contemporâneo, nasceu na Península Arábica principalmente a partir da reflexão de Maomé em torno da multiplicidade de deuses existentes nas tribos da própria península assim como das religiões petrificadas, anquilosadas e presas no formalismo ritualístico, sem a vivificação espiritual desejada e desejável, como o cristianismo ortodoxo grego, o cristianismo romano e o judaísmo.

Nos 13 séculos que se passaram de sua gênese, a religião congrega hoje mais de 800 milhões de adeptos, “unidos pelo sentimento profundo de pertencerem a uma só comunidade”.

E essa expansão, que continua, é devida principalmente a um espírito de universalidade que transcende qualquer distinção de raça e permite a cada povo se integrar no Islã mas, ao mesmo tempo, conservar sua cultura própria.” (O Correio da Unesco, 1981).

O Berço

A Península Arábica está localizada no Oriente Médio, limitada entre o Mar Vermelho a oeste, o Oceano Índico ao sul e o Golfo Pérsico a leste, ligada ao continente pelo deserto, que cobre a maior parte da Península. Não existem rios permanentes e o clima é extremamente seco, apresentando oscilações térmicas de áreas e variações de temperatura. Ao centro e a leste encontram-se numerosos oásis, que têm origem na umidade do subsolo, originando poços de água em torno dos quais crescia uma exuberante vegetação tornando possível a vida na região.

A Arábia pré-islâmica

BeduínosPor diversas vezes os romanos estiveram às portas da Península Arábica, porém questionaram as vantagens de conquistar uma região tão inóspita e agreste, passando a figurar nos mapas de Roma apenas como a desconhecida província arábica.

As populações que habitavam a região central e setentrional eram de origem semita e encontravam-se divididas em numerosas tribos ou grupos.

Os árabes do deserto, conhecidos por beduínos, eram nômades, de características bem diversas dos árabes do sul. Falavam árabe, idioma que acabou se impondo em toda a região.

A difícil sobrevivência levou-os ao cultivo de uma escassa agricultura de tâmaras e trigo, praticada nos oásis, à criação de rebanhos, às incursões e ao comércio de caravanas que souberam incrementar por toda a península.

Os oásis e as cidades serviam-lhes de escala e de entrepostos de mercadorias, utilizando-se das razias para a conquista das melhores regiões.

Segundo alguns geógrafos e historiadores, a Arábia desértica do norte, “machucada por um sol abrasador”, contrastava com o sudoeste, região que se chamou de "Arábia Feliz" (Yemmen), destacando-se a cidade de Aden, entreposto de grande importância comercial nas relações com o Oriente.

A costa marítima era ocupada pelas tribos sedentarizadas que habitavam Meca e Yatreb (mais tarde “Medina”), as duas principais cidades, vivendo como comerciantes ou pequenos artífices, e exportando para o Ocidente o café, o incenso, as tâmaras e os perfumes.

Afora o crescimento desse comércio internacional, também existiam relações mercantis com os árabes do deserto.

Nem os beduínos nem os árabes urbanos possuíam um governo centralizado, prevalecia a organização tribal, não eram raros os conflitos entre as tribos.

KaabaApesar das diferenças culturais, contudo, todos os árabes eram da mesma raça e diziam­se descendentes de Abraão; a religião mostrava uma nítida influência do judaísmo, não apenas por sua proximidade com o "patriarca". Durante esse período, acreditavam em um deus supremo, Alá, porém não deixavam de adorar uma infinidade de deuses inferiores, os djins, e, através de imagens ou totens, continuavam a cultivar o politeísmo de seus ancestrais.

Cada tribo possuía seus próprios ídolos. Apesar de terem um santuário tribal, existia um comum a todos, que se encontrava em Meca, na Kaaba, onde estava depositada a Pedra Negra que, desde tempos imemoriais, se acredita ter sido trazida do céu pelo Arcanjo Gabriel, e todos os ídolos tribais.

Desde a época de Maomé os fiéis sempre rezaram ao redor da Kaaba, em Meca, capital do islamismo.

A importância de Meca não parava de crescer. Para lá fluíam as mais diversas tribos em busca da adoração da Pedra Negra e de seus deuses. Cada tribo trazia de seus lugares remotos produtos típicos que comercializavam a partir das sagradas orações, realizadas por meio de um ritual; porém, todas as transações comerciais eram controladas pela tribo dos coraixitas, uma quase aristocracia árabe.

Maomé e a epopéia de sua Fé

MecaMeca não dispunha de uma organização ou instituições políticas, nem possuía um forte sentimento nacional. O principal personagem da mudança cultural, política e religiosa foi inquestionavelmente Maomé. Pertencente à família dos haxemitas, ramo pobre da poderosa tribo dos coraixitas; seu nascimento é estimado como ocorrido em torno do ano 570.

Muito cedo Maomé ficou órfão, passando a viver no deserto sob os cuidados de seu avô, onde aprendeu a conhecer a difícil vida dos beduínos e suas necessidades materiais e espirituais.

Ainda jovem, retornou a Meca, tornando-se um excelente guia de caravanas, mantendo contatos com povos monoteístas, principalmente judeus e cristãos, de quem sofreu profundas influências religiosas.

Aos 25 anos, Maomé casou-se com uma viúva rica, proprietária de camelos, chamada Khadidja.

O casamento deu-lhe profunda estabilidade material, porém, como todos os profetas, sua vida está envolta em muitas lendas. Acredita-se que foi a partir daí que começou a formular os princípios de uma nova doutrina religiosa, iniciando um período de meditações e jejuns.

Constantemente isolava-se no deserto buscando seguir os ensinamentos de Jesus Cristo, a quem considerava um dos últimos profetas.

Foi durante suas andanças pelo deserto, durante tempos solitário numa caverna, que afirmou ter tido a visão do Arcanjo Gabriel, que o incumbira de ser o profeta de Alá. Maomé tinha 40 anos de idade e era dotado de enorme emotividade. Durante suas visões encontrava-se sempre em transe. Dedicou-se à pregação junto aos seus familiares, não se contentando com a vida economicamente tranqüila de que ora dispunha.

Após três anos, seguido por um pequeno grupo de fiéis convertidos à nova fé, Maomé começou a falar para os coraixitas em frente à Kaaba, pregando a destruição dos ídolos e afirmando a existência de um único Deus. As mudanças religiosas propostas pelo profeta acabaram por entrar em choque com os líderes coraixitas, pois a implantação do monoteísmo significaria a diminuição da peregrinação de fiéis a Meca, uma vez que Alá, não tendo forma física, estaria em toda parte.

MoisésSentindo o perigo daquela subversão de idéias em torno do monoteísmo, temendo o esvaziamento de Meca como centro comercial de toda a Península Arábica, os coraixitas tentaram matá-lo. Alertado por alguns seguidores, Maomé fugiu de Meca para Yatreb, em 622, ficando este ato conhecido como Hégira, marco inicial do calendário muçulmano.

Apesar de ter sido bem recebido por vários de seus seguidores em Yatreb, encontrou forte oposição dos judeus da cidade, que resistiram às tentativas de conversão, e foram assassinados em massa. Nesse momento, Maomé implantou um governo teocrático, transformando a cidade em sua base e mudando seu nome para Medina, a cidade do profeta.

Percebendo ser inútil a tentativa de conversão pacífica, Maomé optou pela Guerra Santa. Meca foi sitiada e obrigada a aceitar a volta do Profeta que, graças ao apoio dos beduínos, já convertidos, destruiu os ídolos da Kaaba, mantendo apenas um único elo de ligação entre as tribos: a Pedra Negra.

No ano 630, o Estado Árabe estava praticamente formado, unido em torno da bandeira do islamismo e de seu único chefe, Maomé, que assumia não apenas o poder político como também o religioso, iniciando-se, assim, um governo teocrático.

Acredita-se que o Profeta tenha subido aos céus numa nuvem a partir da Cúpula do Rochedo, em Jerusalém, no ano 632 d.C. No ocidente são comuns as referências à “morte de Maomé em 632 d.C. acometido de um mal súbito”, de todo o modo, a comunidade islâmica ficou mergulhada em grave crise.

Todos os atos, editos e decisões estratégicas foram tomadas unicamente por Maomé, não havia orientação clara relativa a sucessão em sua ausência. Um Estado Teocrático, na falta do líder, sem um indicativo claro de forma sucessória, eis a raiz da crise.

Jerusalém: Lugar Sagrado de três grandes Fés

A Cúpula do Rochedo Cidade Santa para as 3 principais religiões monoteístas do mundo: judaísmo, cristianismo e islamismo. Todas acreditam – de forma ligeiramente diferente, embora – no mesmo Deus que falou com Abraão, com Moisés, com Isaías e outros profetas, todos referidos no Alcorão como “o povo do Livro”.

Para os judeus é a Terra Prometida, o local em que pela primeira vez um Templo – o Templo de Salomão – foi construído diretamente por inspiração divina. Era como se o Grande Arquiteto pessoalmente ditasse cada detalhe da construção de seu Templo...

Para os cristãos é a Terra Santa em que Jesus de Nazaré pregou, peregrinou, foi supliciado na Cruz, ressuscitou e trouxe o Batismo com o Espírito Santo.

Para os muçulmanos, embora haja quase consenso sobre o falecimento do Profeta e seu sepultamento em Meca, Jerusalém é a Terra em que também Maomé pregou e em que se construiria, no exato local onde outrora ficava o Templo de Salomão, a mesquita de Al-Aqsa e, a partir da Cúpula do Rochedo, a fé popular acredita que Maomé subiu aos céus!

Saladino - (em árabe, Salah al-Din Yusuf bin Aiub)

SaladinoEm 1174 morreu Amauri, rei de Jerusalém e Nur ed-Din, líder dos muçulmanos que tinha como seu lugar-tenente e homem de confiança um muçulmano Xiita nascido em Tikrit, Mesopotâmia, atual Iraque.

Extremamente culto, religioso, habilidoso com as armas e cavalheiresco tornou-se famoso por seus feitos ao longo da história: Salah ed-Din Yousuf ibn-Ayyoun, conhecido como Saladino.

Em pouco tempo sua argúcia, seu legendário cavalheirismo, seu fervor religioso e suas inquestionáveis habilidades bélicas fizeram dele Sultão inconteste dos Muçulmanos de toda a vasta região que vai do Egito à Pérsia, liderando um exército de mais de 500 mil homens em armas.

Relatos acerca de seu cavalheirismo, de sua honra, de sua Fé e religiosidade, assim como da urbanidade com que tratava seus adversários chegaram rapidamente à Europa granjeando-lhe grande respeito. Todos percebiam estar diante de um temível adversário: um estadista excepcionalmente arguto e um comandante militar excepcionalmente competente.

Capaz a um só tempo de unir todos os muçulmanos e vencer as batalhas mais difíceis e complexas, foi seguramente o mais valoroso líder muçulmano desde Maomé.

Os Preceitos da Religião Muçulmana

O Cinco Pilares do Islã, segundo Roger Garaudy na Obra “Promessas do Islã”, publicada no Brasil pela Nova Fronteira em 1988, podem ser assim resumidos:

1. Profissão de Fé: “Existe um único Deus e Maomé é seu profeta”. Nenhuma outra divindade se não Deus: Maomé, seu mensageiro. O universo inteiro ganha assim um sentido, o absoluto revelando-se no relativo sob a forma de "sinais", de símbolos. A natureza e os homens, do mesmo modo que a palavra do Alcorão, eram uma aparição, uma manifestação de Deus. "Não há nada que não cante seus louvores, mas vocês não compreendem seu canto" (XVII, 44).

2. Oração: a prece é a participação consciente do homem no canto de louvor que liga todas as criaturas ao seu criador. "Volte a si mesmo para encontrar toda a existência resumida em você.”

A prece integra o homem de fé a essa adoração universal: realizando-a, com o rosto voltado para Meca, todos os muçulmanos do mundo e todas as mesquitas cujo nicho do mirhab designa a direção da Kaaba são assim integrados, por círculos concêntricos, a essa vasta gravitação dos corações rumo ao seu centro.

A ablução ritual, antes da prece, simboliza o retorno no homem à pureza primitiva pela qual, rejeitando a si mesmo tudo o que pode macular a imagem de Deus, ele se torna seu perfeito espelho.

3. Jejum durante o mês sagrado do Ramadã: O jejum, interrupção voluntária do ritmo vital, afirmação da liberdade do homem em relação ao seu “eu” e aos seus desejos, e ao mesmo tempo lembrança da presença em nós mesmos daquele que tem fome, como de um outro eu mesmo que devo contribuir para tirar da miséria e da morte.

4. Zakat: Não é esmola, mas uma espécie de justiça interior institucionalizada, obrigatória, que torna efetiva a solidariedade dos homens da fé, isto é, daqueles que sabem vencer em si mesmos o egoísmo e a avareza. O zakat é a lembrança permanente de que toda riqueza, como tudo, pertence a Deus, e que o indivíduo não pode dispor dela à vontade, que cada homem é membro de uma comunidade.

5. A peregrinação a Meca, enfim, não apenas concretiza a realidade mundial da comunidade muçulmana, mas, dentro de cada peregrino, vivifica a viagem interior em direção ao centro de si mesmo.

O tema central do Islã, em todas as suas manifestações, é esse duplo movimento de fluxo do homem em direção a Deus e de refluxo de Deus em direção ao homem, sístole e diástole do coração muçulmano: “Na verdade, somos de Deus e a Ele retornamos” (II, 156)

AlcorãoTodos os preceitos que devem ser seguidos encontram-se reunidos no Alcorão (a grafia “Corão” também é considerada correta), livro sagrado escrito a partir das sínteses dos ensinamentos de Maomé.

Trata-se de um livro com conotações nitidamente político-­religiosas, assumindo o caráter de uma verdadeira constituição para o povo islâmico.

Os feitos de Maomé foram reunidos por seus familiares em um livro denominado Suna, no qual se encontram as bases da tradição, formuladas a partir dos exemplos dados por Maomé durante sua vida.

Destaca-se, entre os preceitos básicos da Suna, a Djihad.

Por vezes mal compreendida, a Djihad ou Jihad, pode ser traduzida realmente como “Guerra Santa”.

Segundo ainda Roger Garaudy, filósofo franco-argelino convertido ao islamismo, há duas grandes formas de se fazer a Guerra Santa preconizada pelo Profeta. Há a “Grande Jihad” ou luta contra o ego e a “Pequena Jihad” que é a busca de persuasão do infiel aos caminhos do Profeta.

Seguindo ainda aquele autor, “idolatria é adorar como se fosse Deus algo que não é Deus”. Neste sentido, a egolatria é uma das formas mais condenáveis de idolatria e a Grande Jihad volta-se a dar combate a esta forma de idolatria. A “Pequena Jihad” busca, principalmente pela persuasão, mas à força se necessário, proteger o Islã e trazer novos crentes para o Islã.

A partir da existência de dois livros sagrados, o mundo muçulmano dividiu-se em dois grandes grupos: os xiitas, seguidores exclusivamente do Alcorão, que negam qualquer outra fonte de ensinamento; e os sunitas, que adotam como fonte de ensinamento, além do Alcorão, a Suna, coletânea de relatos acerca das práticas adotadas por Maomé e seus seguidores.

Breve cronologia:

570: nascimento de Maomé.

610: Maomé tem a primeira visão do arcanjo Gabriel.

622: Hégira - início do calendário muçulmano.

630: Maomé destrói os ídolos da Kaaba; nascimento do Islã.

632: Ascenção de Maomé aos céus a partir da Cúpula do Rochedo, em Jerusalém ou, segundo informes da historiografia ocidental, “morte de Maomé em Medina”.

Ordem dos Templários

A Ordem dos Templários nasceu em 1118, na cidade de Jerusalém, por iniciativa Hugh de Payens (Hugues de Payen) mais oito cavaleiros, todos de origem francesa. A Ordem dos Templários, cujo nome completo era Ordem dos Pobres Cavaleiros de Cristo e do Templo de Salomão, tornou-se, nos séculos seguintes, uma instituição de enorme poder político, militar e econômico.

A sua divisa era: Non nobis, Domine, non nobis, sed nomini Tuo da gloriam, o que significa “Não a nós, Senhor, não a nós, dai a glória ao Vosso nome”.

Inicialmente as suas funções limitavam-se aos territórios cristãos conquistados na Terra Santa durante o movimento das Cruzadas, e visavam à proteção dos peregrinos que se deslocavam aos locais sagrados.

Nas décadas seguintes, a Ordem se beneficiou de inúmeras doações de terra na Europa que lhe permitiram estabelecer uma rede de influências em todo o continente, o que mais tarde seria motivo para sua perdição...

Comprometeram-se a uma causa monástica e militar. Embora muitos Cavaleiros, naqueles tempos, lutassem por dinheiro, terra ou poder, os Templários faziam votos de pobreza e de castidade. Sua missão era principalmente a de proteger os peregrinos a caminho da Terra-Santa.

O Rei Balduíno II cedeu-lhes como abrigo o estábulo ao lado da mesquita de Al-Aqsa como quartel general. Este local supõe-se que era o exato local do Templo do Rei Salomão.

Os cavaleiros tomaram o estilo de vida das ordens monásticas fundadas no tríplice preceito: voto de pobreza, voto de castidade e voto de Obediência.

E se auto-intitularam: Os Pobres cavaleiros de Cristo. Adotaram como símbolo dois cavaleiros em um só cavalo para mostrar sua pobreza – pois não tinham dinheiro para comprar um cavalo – e também seu companheirismo.

Também adotaram o nome do local onde se estabeleceram ficando então nomeada a ordem como: Pauperes Commilitones Christi Templique Salomonis (Os pobres Cavaleiros de Cristo e do Templo de Salomão) mas ficaram conhecidos como: os Cavaleiros Templários. (algumas vezes chamados de : Cavaleiros de Cristo, Cavaleiros do Templo, Pobres Cavaleiros, Ordem do Templo, etc.)

Como toda Ordem Religiosa, a Regra dos Templários, criada por São Bento de Núrsia, também era baseada nos três pontos básicos das instituições religiosas da época, ou seja: castidade, pobreza e obediência.

Em geral eram originários de famílias abastadas. Mas só podia se tornar Cavaleiro propriamente dito o filho de um Nobre. Os cavaleiros tinham o direito de usar (não possuir) 3 cavalos, um escudeiro e duas tendas.

Comparativamente, um cavaleiro bem montado e equipado, treinado e seguido pelo seu séqüito de escudeiros, tinha o poder equivalente a um tanque de Guerra Contemporâneo.

Havia uma parte religiosa propriamente dita, com Padres, Capelães, Diáconos, Bispos. E por causa da bula "Omne datum optimum", também só prestavam obediência ao Grão-Mestre da Ordem e ao Papa.

Relíquias

Eram também os protetores das relíquias sagradas. As relíquias eram restos de pessoas ou coisas consideradas sagradas e capazes de realizar milagres. Uma relíquia popular naquele tempo era um pedaço de madeira da “Verdadeira Cruz” - a cruz em que Jesus foi crucificado. Outra era a cabeça de S. João Batista, que foi decapitado após ter sido enfeitiçado pela sedutora dança de Salomé.

Os povos na idade média tinham uma adoração desesperada por relíquias, que veneravam com admiração. Mas logicamente fraudes existiam. Um pândego da época disse que se e juntássemos todas as lascas de "cruzes de Cristo", haveria madeira suficiente para uma floresta inteira!

Os Templários tinham em sua posse ainda a coroa dos espinhos, tirada da cabeça de Cristo. Tiveram também o corpo da mártir Santa Eufémia de Chalcedon (julgava-se ter poderes de cura divinos), entre diversas outras relíquias.

A Ordem dos Hospitalários

A Ordem dos Hospitalários (ou Ordem de São João de Jerusalém) vem de uma tradição que começou como uma Ordem Beneditina fundada no século XI na Terra Santa, mas que rapidamente se tornaria uma Ordem militar cristã uma congregação de regra própria, encarregada de assistir e proteger os peregrinos daquela terra.

Face às derrotas e conseqüente perda desse território, a Ordem passou a operar a partir da ilha de Rodes, onde era soberana, e mais tarde desde Malta, como estado vassalo do Reino da Sicília.

Poder-se-ia afirmar que a extinção desta ordem se deu com a sua expulsão de Malta por Napoleão.

No entanto, os mesmos cavaleiros iriam instalar-se na ilha de Malta, doada por Carlos V do Sacro Império Romano-Germânico, adotando a designação de “Ordem de Malta”.

A Ordem Teutônica

Ordem Teutônica - Ordo Domus Sanctae Mariae TheutonicorumA Ordem Teutônica (Em Alemão: Deutscher Orden; Em Latim: Ordo Domus Sanctae Mariae Theutonicorum) foi uma ordem militar cruzada, vinculada à Igreja Católica por votos religiosos, formada no final do século XII em Acre, na Palestina. Usavam vestes brancas com uma cruz negra.

Após a derrota das forças cristãs no Oriente Médio, os cavaleiros mudaram-se para a Transilvânia em 1211, a convite do Rei André II da Hungria, mas foram expulsos em 1225.

Transferiram-se então para o norte da Polônia, onde criaram o Estado independente da Ordem Teutônica. A agressividade da Ordem ameaçava os países vizinhos, em especial o Reino da Polônia e o Grão-Ducado da Lituânia. Em 1410, na Batalha de Grunwald (Tannenberg), um exército combinado polaco-lituano derrotou a Ordem e pôs fim a seu poderio militar.

O poder da Ordem continuou a declinar até 1525, quando seu Grão-Mestre, Alberto de Brandemburgo, converteu-se ao luteranismo e assumiu o título e os direitos de Duque hereditário da Prússia (embrião do Reino da Prússia, catalisador do futuro Império Alemão).

O Grão-Mestrado foi então transferido para Mergentheim, de onde os Grão-Mestres continuavam a administrar as consideráveis posses da Ordem na Alemanha. Em 1809, quando Napoleão determinou a sua extinção, a Ordem perdeu as suas últimas propriedades seculares, mas logrou sobreviver até o presente. Atualmente, trabalha primordialmente com objetivos assistenciais.

Reinald de Châtillon

Não era um Cavaleiro Templário, mas mantinha afinidades com a Ordem e frequentemente participava de ações contra os muçulmanos, por quem nutria um ódio feroz e completamente irracional!

Transformou-se no principal inimigo público dos muçulmanos e um homem marcado para a morte por Saladino a partir de duas atitudes vis que tomou contra aquele povo.

Em 1182 Châtillon concebe um plano ardiloso: invadir Meca e roubar o corpo do Profeta Maomé para cobrar tributo de peregrinos que desejassem visitá-lo em sua fortaleza de Kerak.

Vencidos por tropas muçulmanas lideradas por Malik, irmão de Saladino, muitos foram feitos prisioneiros e outros escravizados.

Pouco tempo depois, liderou um ataque covarde a uma caravana muçulmana pacífica, desarmada, em peregrinação a Meca.

Tais episódios conduziram Saladino, líder dotado de elevado senso de honra e justiça a ver em Châtillon um criminoso ignominioso, sem honra ou senso de justiça, capaz das mas atrozes barbaridades movido por puro ódio.

Rei de Jerusalém - Guy de LusignanQuando já próximo da queda de Jerusalém, o sucessor de Balduíno IV, agora Rei de Jerusalém Guy de Lusignan, foi aprisionado com um grande contingente de cruzados e Saladino teve a oportunidade de retribuir por todo o mal feito pelo vilão: ofertou água de rosas com gelo trazido das montanhas ao rei de Jerusalém e este passou a taça a Châtillon.

As rígidas regras de hospitalidade muçulmana ditavam que, quem partilhasse da água, do pão ou do sal na mesma Tenda deveria ser poupado e alimentado.

Repreendido, teve a taça tomada e Saladino ofereceu a ele a possibilidade de entregar-se ao Islã a fim de ser poupado.

Châtillon, sempre arrogante, retrucou que era Saladino quem deveria entregar-se ao cristianismo a fim de evitar o fogo do inferno.

A arrogância e intolerância de Châtillon foram superiores à cortesia do grande cavalheiro que era Saladino e este lhe decepou a cabeça com um só golpe de cimitarra.

A Guerra entre a França e a Inglaterra pelo domínio de Flandres
A sede de ouro de Filipe de Valois, o Belo...

Há décadas a Inglaterra estabelecera uma “cabeça-de-ponte”, um domínio localizado sobre uma vasta e rica região da França fazendo com que o monarca mobilizasse vastos recursos para dar combate ao invasor. Após muitas derrotas humilhantes e um severo endividamento, Filipe de Valois viu-se obrigado a selar uma frágil trégua a peso de ouro.

Todos os expedientes lícitos e ilícitos por parte do Monarca foram utilizados para angariar fundos e recompor os cofres da corte francesa. Em primeiro lugar os mercadores lombardos residentes em Paris foram expropriados de seus bens através de multas, impostos, confiscos e, finalmente, foram expulsos da França! A seguir foi a vez dos judeus. Seus bens foram confiscados e também eles foram expulsos da França.

Outra medida violentamente impopular foi a desvalorização da moeda francesa em 200%! Em 1306 os franceses em geral e parisienses em particular se viram tão monstruosamente empobrecidos que se levantaram em rebelião contra Filipe de Valois e sua corte que, para resguardar suas vidas, refugiaram-se na maior fortificação Templária da cidade.

No Templo, Filipe de Valois, o Belo, vislumbrou pela vez primeira todas as riquezas daqueles outrora “Pobres Cavaleiros de Cristo” e presume-se que tenha sido desta data a sua pretensão de apoderar-se do Tesouro dos Cavaleiros Templários.

O Templo, que serviu de refúgio a um monarca antipático a seu próprio povo veio a transformar-se mais tarde em presídio para os mesmos templários que o protegeram da turba enfurecida...

Que a paz esteja com você...

BIBLIOGRAFIA:
Os Templários – Piers Paul Red
– Ed. Imago
Templários, os Cavaleiros de Deus – Edward Burman – Ed. Nova Era
O Templo e a Loja – Michael Baigent e Richard Leigh – Ed. Madras
Nascidos do Sangue – John J. Robinson – Ed. Madras
A História Secreta da Maçonaria – Charles W. Leadbeater – Ed. Madras


 
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