Os Templários em Portugal - part 4

Por Luciana Bocchetti

Castelo de Almourol junto ao rio TejoA Misteriosa Ordem dos Pobres Cavaleiros de Cristo e do Templo de Salomão era uma força que gozava de uma invejável posição, com dezenas de castelos construídos na Inglaterra, França, Alemanha, Espanha e Portugal, além daqueles espalhados pelo Oriente Médio.

Exímios organizadores, disciplinados, construíram um imenso império financeiro, apoiado no patrimônio imobiliário.

Tornaram-se autênticos banqueiros, utilizando as primeiras formas de letras de câmbio e de cheques.

A Ordem passou a ser indispensável ao governo pontifício e recebia total apoio dos Papas.

Um ano após a morte do Grão-Mestre Jacques de Molay, também morre o autor do ataque insano aos Cavaleiros do Tempo...o monarca Filipe o Belo, e uma das suas maiores motivações para esse ataque nunca foi encontrado: O Tesouro do Templo.

Existe uma forte possibilidade de que na véspera da prisão em massa dos Templários, o tesouro tenha sido transportado para o monte Saint-Michel, onde 18 barcos o aguardavam. O seu destino? Certamente...Portugal, Tomar.

Em Portugal, os Templários eram o mais querido braço militar da monarquia, devido aos feitos de Gualdim Pais que além de fundador de Tomar e mestre templário, foi o grande responsável pela consolidação da Ordem do Templo em Portugal. Nasceu no ano de 1118 em Marecos, hoje Amares.

Também fundou o Castelo de Almourol, o da Idanha, o de Ceres, o de Monsanto e o de Pombal. Deu foral a Pombal em 1174.

D. Afonso Henriques sagrou-o cavaleiro na lendária batalha de Ourique, contra os Mouros. Partiu depois para a Palestina, ali ingressando no Templo. Durante 5 anos, notabilizou-se nos confrontos contra os Sultões da Síria e do Egito. Regressou à pátria, foi comendador da Ordem em Braga e em Sintra, até que tornou-se quarto Grão-Mestre da Ordem no ano de 1157 em Portugal.

Recuperou o Castelo de Almourol, e foi sob o seu comando que os Cavaleiros Templários repeliram, em 1128, no seu recém-construído Castelo de Tomar, o poderoso exército de Yacub (califa Abu Yusuf Ya'qub al-Mansur), o rei marroquino que ameaçava o reino. Certamente os monarcas portugueses não esqueceriam este serviço!

O Rei D. Diniz engendrou uma fórmula inteligente para proteger a Ordem do Templo sem desobedecer à vontade papal.

D. Diniz reiterou que os Templários não haviam cometido crime nenhum em Portugal, o Papa por sua vez reclamou os seus bens e o Rei sutilmente propôs uma troca: os bens por uma nova ordem, a Ordem de Cristo e o Papa é claro, aceitou sem pestanejar. Então o Rei transferiu todo o patrimônio dos cruzados para a Ordem de Cristo, que não deixou de ser uma antiga conhecida, composta pelos próprios templários.

Assim, D. Diniz garantiu a permanência da Ordem em terras portuguesas e Portugal virou refúgio para perseguidos em toda a Europa. Chegavam fugitivos de vários países e o Castelo de Tomar virou a caixa-forte dos segredos que a inquisição não conseguiu arrancar. A nova "Ordem de Cristo" foi reconhecida dois anos depois...em 1319 pelo novo Papa João XXII.

Começava para os cavaleiros uma nova era, uma nova missão...A missão do Templo retomava caminho nas caravelas portuguesas...

Cruz de Malta nas Caravelas

A nova Ordem de Cristo tornou-se o principal agente dos descobrimentos lusos, sob a administração de D. Henrique. A igreja Santa Maria do Olival seria o modelo de todos os templos construídos nos novos territórios, onde se reunia a cúpula da Ordem e onde também foram sepultados 28 mestres, inclusive Gualdim Pais. Os túmulos mais antigos foram violados, e os restos mortais, incluindo os de Gualdim, desapareceram.

Ainda assim, perdura a carga simbólica templária: sobre a porta de entrada há uma enorme estrela de cinco pontas, a Estrela de Salomão, sobre uma rosa, símbolo do renascimento. Esta simbologia repete-se no "Convento de Cristo", cenário escolhido para representar a epopéia dos Descobrimentos.

O Convento de Cristo (quartel-general dos Templários) é um dos monumentos mais investigado por historiadores, arqueólogos, místicos e até mesmo simples curiosos. Até o momento, ninguém conseguiu encontrar a chave para o tesouro ou a misteriosa missão da Ordem do Templo. Mas todos julgam encontrar pistas.

Convento de CristoA riqueza do "Convento de Cristo" prende-se, sobretudo, com a grandiosidade: tem nove claustros e uma variedade de estilos arquitetônicos; o românico do Templários; o gótico; o manuelino dos Descobrimentos; o neoclássico; o maneirismo e o barroco devido ao domínio filipino.

Patrimônio Mundial desde Dezembro de 1983, o Convento forma, com o Castelo Templário de Tomar (Thomar) um dos mais importantes conjuntos da arquitetura de Portugal.

O núcleo irradiador de todo o discurso arquitetônico é a charola em prisma octagonal, com oito andares. Originalmente igreja Templária do século XII, foi transformada em capela-mor da igreja manuelina.

A Charola era o coração do Mosteiro e local de oração para os Templários. Foi por muitas vezes chamada Rotunda, dada a sua forma redonda com origem na Rotunda do Santo Sepulcro, em Jerusalém.

Com o formato de um tambor de 16 faces, apresenta uma exuberante decoração interior, composta essencialmente por esculturas e frescos, que representam cenas da Bíblia.

O Mestre da Ordem do Templo em Portugal, Gualdim Pais, decidiu-se pela construção de um novo castelo, em local mais adequado, e que viria a tornar-se a sede da Ordem no país:

Castelo de TomarO Castelo de Tomar (Thomar) apresenta elementos de arquitetura militar nos estilos românico, gótico e renascentista.

Alguns autores apontam a presença de vestígios indicativos de uma estrutura militar anterior, que poderia remontar à época romana e que teria perdurado até à época islâmica, referindo a presença, no aparelho dos muros, de algumas placas decorativas, de cronologia visigótica ou moçárabe, provavelmente oriundas do sítio de Santa Maria dos Olivais, à margem esquerda do rio Nabão.

Não se sabe com certeza qual a razão que levou à opção por Tomar. Alguns estudiosos afirmam que o novo sítio, em um outeiro à margem direita do rio Tomar (atual Nabão), dominando uma planície, era estratégicamente mais vantajoso.

Outros argumentam que o sítio foi escolhido considerando a sua posição na linha que, em relação ao Meridiano de Paris, forma um ângulo de 34°, comum nos projetos arquitetônicos da Ordem, correspondente à diagonal da relação de 2/3 observada na constelação de Gêmeos, um dos símbolos Templários.

Castelo de TomarDe qualquer modo, a construção do Castelo de Tomar iniciou-se em 1 de Março de 1160, conforme inscrição epigráfica em seus muros.

Na mesma época, iniciou-se a construção da Charola, posteriormente adaptada a Capela-mor, uma das edificações templárias mais importantes no Ocidente.

A vila de Tomar foi elevada à categoria de cidade por alvará de D. Maria II (1826-1828 e 1834-1853), em 13 de Fevereiro de 1844.

O castelo encontra-se classificado como Monumento Nacional por Decreto publicado em 23 de Junho de 1918, e como Património da Humanidade, pela pela Assembléia Geral da UNESCO de 27 a 30 de Junho de 1983.

O Castelo de Almourol

Almourol foi conquistado em 1129 por D. Afonso Henriques (1112-1185). O soberano entregou o castelo aos Templários, então encarregados do povoamento do território entre o rio Mondego e o Tejo, e da defesa da então capital de Portugal, Coimbra.

Castelo de Almourol

O castelo foi reedificado, tendo adquirido, em linhas gerais, as suas atuais feições, características da arquitetura templária: espaços de planta quadrangular, muralhas elevadas, reforçadas por torres adossadas, dominadas por uma torre de menagem. Uma placa epigráfica, colocada sobre o portão principal, dá conta que as suas obras foram concluídas em 1171, dois anos após a conclusão do Castelo de Tomar, edificado por determinação de Gualdim Pais. As mesmas características arquitetônicas estão presentes também no Castelo de Idanha, no de Monsanto, no de Pombal, no de Tomar e no de Zêzere, seus contemporâneos.

Sobre a porta principal do castelo, uma inscrição epigráfica datada da era de 1209 (1171), menciona, além da naturalidade bracarense de Gualdim Pais e da sua ação militar contra os muçulmanos no Egito e na Síria, a sua ascensão à chefia da Ordem do Templo em Portugal e subseqüente construção dos castelos de Pombal, Tomar, Zêzere, Cardiga e Almourol (...factus domus Templi Portugalis procurator, hoc construxit castrum Palumbare, Tomar, Ozezar, Cardig, et hoc ad Almourol), evidenciando que, naquele ano, o castelo de Almourol se achava, como os demais indicados, já construído.

Castelo de AlmourolEntretanto, uma segunda inscrição, sobre a porta interior, informa ter sido na era de 1209 que Gualdim Pais edificou o Castelo de Almourol.

Uma terceira inscrição, sobre a porta da sacristia da igreja do Convento de Tomar, igualmente datada da era de 1209, semelhante à primeira, exceto na enumeração dos castelos, que compreende também os de Idanha e Monsanto, o que evidencia ser esta terceira posterior à primeira, de vez que estes dois últimos castelos são de edificação posterior a 1171.

Convento de CristoOs Templários auxiliaram os reis de Portugal na conquista do território aos muçulmanos no decorrer do século XII e, graças à segurança militar que proporcionaram, foi possível o povoamento de toda essa região.

Inicialmente, foram os responsáveis pelo território situado entre Coimbra e Leiria, mas, em 1159, D. Afonso Hemriques doou-lhes o Castelo de Ceras, com toda a sua região, estabelecendo aí a sede da Ordem, antes de Gualdim Pais dar início à construção do Castelo de Tomar (Thomar). Mais tarde, são fundados os Castelos de Almourol, Zêzere e Pombal, com vista à defesa de uma fronteira sul, último reduto contra os Mouros, cujo limite era assinalado pelo rio Tejo.

Pelos seus excelentes serviços militares e de povoamento, receberam amplas doações régias que se estendiam entre Idanha-a-Velha e o Castelo de Belver.

BIBLIOGRAFIA:
Os Templários – Piers Paul Red – Ed. Imago
Em Demanda do Templo - Volta ao Mundo - 1999
Templários, os Cavaleiros de Deus – Edward Burman – Ed. Nova Era
O Templo e a Loja – Michael Baigent e Richard Leigh – Ed. Madras
Nascidos do Sangue – John J. Robinson – Ed. Madras
A História Secreta da Maçonaria – Charles W. Leadbeater – Ed. Madras


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