ORIGENS
O Espiritismo, surgiu na França em 1857 com o lançamento de "O Livro dos Espíritos" de autoria de: Allan Kardec, pseudônimo adotado por Hyppolyte Leon Denizard Rivail. Nesta obra Kardec expõe, através de respostas dadas por espíritos superiores, a síntese de uma nova filosofia espiritualista e estabelece os fundamentos do Espiritismo. Desde então, a doutrina espírita ganhou o mundo e está presente em diversos países. Somente no Brasil, estima-se que o Espiritismo conta com aproximadamente 10 milhões de adeptos e tem em Francisco Cândido Xavier e Divaldo Pereira Franco seus maiores divulgadores. Chico Xavier, como ficou conhecido popularmente, escreveu (psicografou) 418 livros, sem ter concluído sequer o curso primário.
SISTEMA DE CRENÇAS
A doutrina espírita tem por pedra fundamental a crença na reencarnação. Pela teoria, todos os seres humanos são espíritos reencarnados na Terra para evoluir. Para os espíritas, existem dois modelos de existência, o físico e o espiritual. A morte seria apenas a passagem da alma do plano físico para o espiritual.
Os espíritas, como são chamados seus adeptos, crêem na possibilidade de haver comunicação entre o mundo físico e o mundo espiritual e a essa capacidade de se comunicar com o "outro lado", dão o nome de mediunidade.
A mediunidade seria um dom que todos os seres humanos têm, em diferentes graus. Há os que só os vêem, há os que só os ouvem; há os que apenas sentem vibrações ou sonham. Para o espiritismo, todos são médiuns, denominação dada àqueles que desenvolvem a capacidade de ver, ouvir e incorporar espíritos. No passado, a mediunidade era muito utilizada para a obtenção de efeitos físicos como a materialização de espíritos ou objetos.
Os espíritas também crêem na existência de "espíritos-guias" ou "anjos da guarda", além de espíritos amigos que nos acompanham em nossa encarnação na Terra para nos auxiliar a vencer nossos defeitos. Por outro lado, aqueles a quem prejudicamos em outras vidas se tornam obsessores, espíritos que nos perseguem e, com vibrações inferiores, procuram nos atormentar.
Para o espiritismo Deus é a "causa primária", inteligência suprema que criou o universo e as leis que o regem. Uma delas, além da reencarnação, seria a lei de causa e efeito, semelhante ao "carma" no hinduísmo.
Tal lei funcionaria ao lado da reencarnação. O objetivo do espírito, criado "simples e ignorante" por Deus, é chegar à perfeição. A falta de experiência o levará a erros durante esse caminho, e a lei de ação e reação o obrigará a reparar suas faltas para voltar ao bem. A reencarnação, portanto, seria a forma do espírito corrigir os erros que cometeu em outras vidas e dar mais um passo rumo à perfeição.
O espiritismo também prega a pluralidade de mundos, baseado na frase de Cristo: "A casa de meu Pai tem muitas moradas". Todos os planetas do universo seriam habitados - pensar o contrário, segundo o espiritismo, seria questionar a inteligência de Deus, que teria criado outros planetas apenas para embelezar o céu terrestre.
A doutrina nega a existência do céu e do inferno como concebidos pelo catolicismo. Segundo o espiritismo, existem vários planos vibratórios, dos mais inferiores aos mais elevados. Durante sua evolução, o espírito transita entre esses diversos planos.
Pensar na figura do diabo também seria questionar o poder e a inteligência de Deus, já que o criador de tudo o que existe no universo não criaria um outro ser capaz de disputar com ele ou fazer mal às suas criaturas. O Kardecismo, como também é chamada a doutrina, questiona a existência do mal, assim como a escuridão é a ausência da luz, o mal seria a ausência do bem.
Jesus Cristo também é diferente para o espiritismo. Os cristãos consideram Jesus como a "encarnação" de Deus na Terra. Os espíritas acreditam que Deus é o Criador, e Jesus é criatura. O Cristo seria um espírito muito evoluído, responsável diante de Deus, pelo planeta Terra e pelos espíritos que nela habitam.
Hyppolyte Leon Denizard Rivail, que adotou para suas obras espíritas o pseudônimo de Allan Kardec, nasceu em 3 de outubro de 1804, em Lion, França. Era filho de um juiz, Jean Baptiste Antoine Rivail, e sua mãe chamava-se Jeanne Louise Duhamel.
Allan Kardec estudou pedagogia com o célebre professor Pestalozzi, de quem cedo se tornou discípulo e colaborador. Falava alemão, inglês, italiano e espanhol. Membro de várias sociedades acadêmicas, foi autor de numerosas obras didáticas na área.
Em 1854, o então professor Rivail, ouviu falar pela primeira vez sobre os fenômenos das mesas girantes, moda da época nos salões europeus (algo parecido com a popular "brincadeira do copo"). No ano seguinte, interessou-se mais pelo assunto e passou a estudar os fenômenos.
Após algumas sessões, começou a questionar os ditos "espíritos" para descobrir uma resposta lógica que pudesse explicar o fato de objetos inertes emitirem mensagens inteligentes. As "forças invisíveis" que se manifestavam pelas mesas diziam ser almas de homens que tinham vivido na Terra.
A partir daí, Rivail começou a fazer perguntas para todos os "homens que viviam no além" com quem conversou. Dessas entrevistas nasceu "O Livro dos Espíritos", primeira obra espírita publicada em 1857.
A partir de então, Kardec publicou outros livros sobre o tema, dentre eles: O Evangelho Segundo o Espiritismo, O Céu e o Inferno, Gênese: os Milagres e as Predições Segundo o Espiritismo, O Livro dos Médiuns, O Que é o Espiritismo. E em 1858, fundou a Revista Espírita - Jornal de Estudos Psicológicos.
Os Espíritos hão dito sempre: "A forma nada vale, o pensamento é tudo".
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